O livro bilingue “Portugal Pós-Troika? Economic Democracy?” esteve no centro das atenções de um debate realizado na semana passada na FNAC do Forum Algarve em Faro.
De realçar que o livro já foi apresentado por António Saraiva em Lisboa e debatido com o ex-presidente da Fundação Nobel em Estocolmo.
Em cima da mesa estiveram os temas “Como Sair da Crise – Algarve” e o “Ontem e Hoje na Economia”.
O debate teve como oradores o presidente da AHETA, Elidérico Viegas, o advogado Nelson Ramos e Herbert Correa, assessor económico do Governo do Amazonas.
Entre os pequenos e médios empresários, médicos, odontólogos e outros presentes, de salientar a presença de Luís Galiano, embaixador de Angola, Victor Guerreiro, presidente da ACRAL – Associação do Comércio e Serviços da Região do Algarve, e três empresários estrangeiros.
Elidérico Viegas afirmou que “o turismo é muito importante para acelerar a saída de um país da crise”, acrescentando que “os turistas polacos vão com frequência a Fátima, quando vão a Lisboa, pela sua fervorosa cristandade”. Disse ainda que “o embaixador polaco vai às vezes ao seu país divulgar Portugal; e quando há necessidade de acelerar algum negócio útil aos dois países, vai pessoalmente lá”.
A exportação de Portugal para a Polónia tem representado uns 500 milhões de euros e este ano aumentou 14%. A Polónia tem 40 milhões de habitantes, o PIB cresce a 4%/ ano e não está no Euro.
Herbert Correa referiu as oportunidades de negócios dos dois lados do Atlântico e enfatizou “a indústria de peixe e o enorme potencial da pesca no Norte do Brasil”. Mais detalhes no www.seplanic.am.gov.br.
Nelson Ramos falou da morosidade da justiça e ainda do foco na oralidade e pouca atenção às consequências económicas para as PMEs e para o país de um sistema já há muito ultrapassado.
Jack Soifer exemplificou com “outros países que passaram por recessões e que realizaram mudanças estruturais com rapidez mas só viram resultados oito a dez anos depois. O único que depressa saiu da crise foi a Argentina, cujo PIB cresce 4,2% por ano, reduziu muito a sua dívida externa e continua à frente de Portugal no GINI, índice da ONU que mede bem-estar”.
À questão de Luís Madeira, sobre o ‘Pós’, já que a Troika ainda estará por cá muitos anos, Jack respondeu que “o contrato garante à Troika influenciar o Orçamento do Estado até que 75% da dívida esteja paga, o que deverá levar uns 32 anos ou mais”.