Os motoristas de matérias perigosas estão em greve desde as 00h desta segunda-feira. O protesto é liderado pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP). Na base da contestação está a reivindicação pelo reconhecimento de uma categoria profissional específica.
A greve está a causar problemas no abastecimento de combustível por todo o país.
O Governo, a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) e o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas acordaram esta terça-feira os serviços mínimos.
Aeroportos, hospitais e serviços de segurança terão 100% de abastecimento.
Pedro Henriques, vice-presidente do Sindicato de Motoristas de Matérias Perigosas garantiu que os serviços mínimos vão ser cumpridos. No que diz respeito ao abastecimento civil, referiu que será apenas nas cidades de Lisboa e Porto, antecipando problemas no abastecimento no resto do país.
Segundo o despacho publicado em Diário da República, os serviços mínimos decretados por causa da greve abrangem 40% das operações normais de abastecimento aos postos de Lisboa e Porto. De acordo com o mesmo despacho os serviços mínimos vão garantir o abastecimento normal de combustível aos hospitais, bombeiros, bases aéreas, portos e aeroportos.
A greve nacional dos motoristas de matérias perigosas foi classificada pelos ministros da Administração Interna e do Ambiente e da Transição Energética como uma “situação de alerta”. O acontecimento obrigou à criação de medidas excecionais para garantir os abastecimentos.
“Esta situação de alerta para o período compreendido entre esta terça-feira, 16 de abril, e as 23:59 horas do dia 21 de abril, segundo uma nota do Governo enviada à Lusa, determina ‘a elevação do grau de prontidão e resposta operacional por parte das forças e serviços de segurança e de todos os agentes de proteção civil, com reforço de meios para operações de patrulhamento e escolta que permitam garantir a concretização das operações de abastecimento de combustíveis, bem como a respetiva segurança de pessoas e bens’, avançou o expresso.
“Os serviços mínimos incluem ainda o transporte “estritamente indispensável às restantes unidades e instalações dos sistemas industriais das áreas de Sines e de Matosinhos associados às refinarias da Petrogal”, de forma a “garantir o funcionamento estável das unidades à carga mínima” e evitar riscos para a segurança dos equipamentos, instalações e impactos ambientais”, como adiantou a SIC.
Os trabalhadores dos setores públicos e privados com carta de condução de veículos pesados já foram convocados e o Governo definiu que até quinta-feira os trabalhadores a requisitar devem corresponder “aos que se disponibilizem para assegurar funções em serviços mínimos e, na sua ausência ou insuficiência, os que constem da escala de serviço”.
O primeiro-ministro garantiu ainda esta quarta-feira que “perante notícias de que poderá ser necessário estender esta área, o Governo está em contacto quer com a ANTRAM quer com os sindicatos para alargar o que for necessário de serviços mínimos para garantir o abastecimento”.
Esta greve não tem, até ao momento, um fim definido.
(Stefanie Palma / Henrique Dias Freire)