É mais que comum haver episódios de lapsos de memória em algum momento da nossa vida, como por exemplo, quando se esquece o nome de alguém ou não nos lembramos onde colocámos as chaves de casa ou do carro. Esses episódios geralmente não são motivo de preocupação, principalmente à medida que envelhecemos.
A professora Hana Burianova, neurocientista da Universidade de Bournemouth e consultora da marca britânica de suplementos Healthspan revelou ao jornal Daily Mail que “os nossos cérebros começam a envelhecer a partir dos 20 anos, no momento em que param o seu processo de desenvolvimento, começam a envelhecer, o que significa que estão a perder as conexões entre as diferentes partes”.
Trata-se de um processo natural. O problema, ocorre, segundo a especialista, quando o cérebro pode envelhecer também de forma patológica, em condições como demência, Alzheimer e afasia.
Como saber a diferença entre um simples lapso de memória e um caso de demência? Burianova revelou os 5 principais sinais que nunca devem ser ignorados. Confira agora:
1. A perda de memória é frequente
O alerta acende quando os esquecimentos se tornam frequentes e a pessoa não se lembra de conversas que acabou de ter, perde-se em algum lugar que conhece bem ou esquece o caminho de volta para casa, apesar de ter feito isso inúmeras vezes anteriormente. “Qualquer um pode esquecer de desligar o fogão, mas com alguém com Alzheimer, isso continua a acontecer”, explica a professora.
2. As histórias são contadas várias vezes
De acordo com a neurocientista, todos nós contamos histórias várias vezes, especialmente para as pessoas mais próximas de nós. “Pode haver uma sugestão que nos lembre, e esse é o gatilho para nossa recuperação. Mas alguém com Alzheimer repetirá algo três vezes seguidas. É um sintoma de perda de memória de curto prazo”.
3. Há mudanças repentinas de humor
Se a pessoa ficar ansiosa ou deprimida de repente, pode ser um sinal de preocupação, de que parte do cérebro está a deterior-se. “Imagine o cérebro como uma grande rede e parte da rede começa a quebrar-se, o resto da rede começa a romper-se. Dependendo de onde esse processo começa, ele governará os sintomas”, acrescenta a especialista.
4. Aparecem problemas da fala
Se alguém que anteriormente era um orador fluente de repente começar a “tropeçar” nas palavras, é preciso prestar atenção. Esse indivíduo pode ter afasia, condição que gera dificuldade de fala e compreensão da linguagem e pode ser causada por demência frontotemporal. “Existe uma área no lobo frontal que tem a ver com a iniciação da linguagem”, explicou Burianova. “Você pode estar dizendo algo a uma pessoa e percebe que ela não entende. Ou ela começa a gaguejar ou tropeçar ao tentar falar.”
5. Mudança de personalidade
Outro indício preocupante é quando a pessoa muda a sua personalidade. Por exemplo, se antes era quieta e discreta e passa a contar piadas de “mau gosto”. “Dependendo do tipo de demência que você tem, a sua personalidade pode mudar, uma vez que começa a afetar seu córtex pré-frontal. Pode haver muito medo ou TOC (transtorno obsessivo compulsivo), você pode tornar-se super obsessivo e algumas pessoas tornam-se desinibidas”, finaliza a neurocientista.