A maioria (88%) dos jovens profissionais ligados à oncologia inquiridos num estudo da Sociedade Portuguesa de Oncologia considera que o governo não faz o investimento necessário para que os doentes tenham acesso às terapêuticas mais avançadas e eficazes.
Promovida pela Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO), a investigação visou identificar as percepções dos profissionais mais jovens (entre os 25 e os 34 anos) que trabalham com esta área da saúde e avaliar as suas maiores preocupações.
Os resultados do estudo serão apresentados no Simpósio Nacional da SPO, que se realiza sábado, em Leiria.
A este inquérito responderam 50 profissionais com menos de 40 anos, que representam um quarto dos 200 que existem em Portugal.
Para 64% dos inquiridos, os doentes oncológicos não estão a receber o tratamento de acordo com as recomendações internacionais e segundo o estado da arte, registando-se dificuldades no acesso aos tratamentos.
Portugueses estão pouco informados sobre prevenção e tratamento do cancro
A maioria (70%) dos médicos considera que “existe a ideia, entre a população portuguesa, que os doentes oncológicos não têm acesso aos tratamentos mais avançados, porque estes são demasiado caros”.
De facto, o acesso à melhor terapêutica de acordo com o estado da arte é a principal preocupação de 58 por cento dos inquiridos, enquanto profissionais de saúde.
Para 76% dos inquiridos, “os portugueses estão pouco informados sobre a prevenção e tratamento do cancro”, enquanto que para 74% “um diagnóstico de cancro continua a ser conotado com uma sentença de morte”.
A maioria destes médicos (70%) afirma que “existe a ideia, entre a população portuguesa, que os doentes oncológicos não têm acesso aos tratamentos mais avançados, porque estes são demasiado caros”.
Na luta contra o cancro, 80% ressalvam a carência de profissionais nos cuidados de saúde primários e hospitalares e 76% identificam a falta de conhecimento da população no que diz respeito aos problemas oncológicos como “as maiores dificuldades”.
(Agência Lusa)