O Japão reactivou hoje o reactor 2 da central nuclear de Sendai (sudoeste do país), a segunda unidade que começa a operar sob a nova normativa de segurança mais estrita aprovada devido ao acidente de Fukushima em 2011.
Por volta das 10.30 horas (2.30 horas em Lisboa), a Kyushu Electric Power, operadora da central, retirou as barras de controlo – usadas para inibir o processo de fissão do reactor, que ainda vai levar horas a alcançar a sua fase crítica e várias semanas a iniciar as operações comerciais.
A reactivação da unidade surge apenas dois meses depois da do reactor 1 da mesma central, o primeiro a funcionar sob a nova normativa pós-Fukushima, considerada pelo actual Governo como “a mais estrita do mundo”.
A reactivação da unidade 1 colocou um ponto final a um ‘apagão’ nuclear de quase dois anos no Japão, figurando como o mais longo na história do país desde que o arquipélago começou a produzir energia atómica em 1966.
No entanto, o novo quadro da segurança reforçada aprovado pela Autoridade de Regulação Nuclear (NRA) após o acidente provocado pelo terramoto seguido de tsunami em Fukushima não agrada aos japoneses, a maioria dos quais recusa a reactivação de centrais por receio de que uma tragédia se repita, segundo sondagens.
Por seu lado, o Governo liderado pelo primeiro-ministro Shinzo Abe defende a necessidade de se retomar a energia nuclear a fim de estimular o crescimento económico.
O Executivo estima que para 2030 entre 20 e 22% da electricidade no Japão procede de centrais nucleares, um número mais baixo do que o anterior a Fukushima (cerca de 30%).
Dos 43 reactores em condições operacionais que actualmente existem no Japão, 25 unidades de 15 centrais distintas solicitaram já uma supervisão da NRA para a sua futura reactivação.
O sismo seguido de tsunami de 11 de Março de 2011 provocou na central de Fukushima o pior acidente nuclear desde Chernobil (Ucrânia) em 1986.
Agência Lusa