São bastante coloridos e irreverentes… A marca Pintta Shoes tem conquistado o mercado pela diferença dos sapatos que apresenta.
Luís Contreiras tem 45 anos e é o mentor do projeto. Entrou no mundo dos sapatos há três anos e revela que sempre teve um gosto particular pela área da moda.
“O projeto nasceu porque sempre tive vontade de criar algo novo. Entretanto, abriu uma loja de sapatos na Rua de Santo António, em Faro, onde eram os próprios clientes que escolhiam os materiais e, basicamente, criavam o sapato que queriam”, começou por explicar em entrevista ao POSTAL.
Luís Contreiras revela que “habitualmente os homens escolhiam sempre o preto ou o castanho e eu decidi criar algo verdadeiramente diferente, ao ponto de o fabricante ficar surpreendido e questionar se eu queria mesmo o sapato tal como tinha pedido”.
Os sapatos usados por Luís Contreiras fizeram sucesso
O criador conta que “entretanto os sapatos chegaram e eu fui para Itália precisamente nesse dia com eles já calçados, porque na altura trabalhava numa loja e fazia as escolhas das coleções. As pessoas começaram a interagir imenso comigo e abordavam-me no meio da rua para saber onde é que tinha comprado os sapatos”.
O sucesso que os sapatos estava a ter fizeram com que Luís Contreiras decidisse apostar no seu próprio negócio.
“Fui falar com o fabricante e fizemos uma experiência: colocámos os sapatos à venda em duas lojas no Algarve, em Vilamoura e Portimão. O
sucesso foi de tal forma grande que 90% dos modelos foram vendidos antes dos saldos”, afirma o responsável da Pintta.
A escolha do nome foi bastante difícil
Luís Contreiras afirmou ao POSTAL que o processo de escolha do nome foi uma das coisas mais difíceis. “Levei dois dias a escrever rascunhos, a juntar nomes de família, nomes que me surgiam e não me saía nada que eu considerasse que fazia jus ao conceito que pretendia”, afirmou.
O criador revela que “passados uns dias entrou numa loja e estava com os sapatos calçados. Uma amiga de Luís ao vê-lo entrar com os sapatos afirmou: Estás com uma pinta!”.
“Foi aí que surgiu a ideia do nome que tem tudo a ver com a marca. O conceito da Pintta foi exatamente criado para pessoas que gostem de andar de forma diferente, que gostem de andar com pinta”, explicou.
Os sapatos já estão expostos no Museu do Calçado
Os sapatos da Pintta estão expostos no Museu do Calçado em São João da Madeira.
Neste momento a marca está presente em sete lojas portuguesas e quatro lojas no estrangeiro, nomeadamente, na Áustria, Alemanha (2) e Huelva.
Luís Contreiras revelou ao POSTAL que a marca começou exclusivamente para homem, no entanto, a primeira coleção de mulher está a caminho.
“Durante estes três anos existiam muitos comentários de senhoras a dizer que não eram só os homens que tinham pintta e, então, decidimos alargar o leque da nossa oferta”.
Um par de sapatos da Pintta custa 200 euros
Ao elaborar os sapatos da Pintta, “procuramos sempre a qualidade. Um par de sapatos da Pintta ronda valores que se fixam nos 200 euros”.
O mentor do projeto nasceu nos Estados Unidos da América, veio para Portugal com dois anos e considera-se mais português do que americano.
Ao nosso jornal referiu que “uma das coisas que quer manter sempre é o Made in Portugal”.
Portugal é o segundo melhor produtor de calçado
O criador relembrou ainda que “Portugal está classificado como o segundo melhor do mundo na produção de calçado”.
O POSTAL questionou o responsável acerca dos aspetos que diferenciam os sapatos Pintta de outros já existentes no mercado. “Desde logo o nome, pois se queres ter pinta tens de usar os pintta! Outra coisa que nos diferencia é o design único, o ADN único”, afirmou.
Luís Contreiras revela que “a marca tem sido muito bem-sucedida no estrangeiro. Na Áustria temos um cliente que tem um grupo de lojas e tem vindo a aumentar sempre as compras”.
A Pintta produz 1.500 pares em cada estação
“Outro factor que é importante referir é o facto de até ao dia de hoje ainda não termos tido qualquer tipo de reclamação no que diz respeito aos nossos sapatos”, remata.
A Pintta produz os sapatos ao semestre, o que quer dizer que saem novas coleções de seis em seis meses.
“Nós temos duas estações: a Primavera/Verão e Outono/Inverno, sendo que por estação, a Pintta produz 1.500 pares.
Quanto aos materiais utilizados na produção dos sapatos, Luís Contreiras está a adotar um conceito diferente.
“Estamos a utilizar, cada vez menos, produtos de origem animal. Nesta
coleção de inverno ainda estamos a habituar os nossos clientes a isso”.
O criador afirma que “ainda temos alguns forros em vaca, mas para a estação Spring-Summer já não porque andei à procura de algo que
conseguisse substituir este material”.
Luís Contreiras conta que “não existe necessidade de estar a sacrificar animais e o planeta. Se cada um de nós contribuir um pouco, já estamos a fazer a nossa parte e a Pintta pretende aliar-se a este movimento e ser ambientalmente sustentável”, complementou.
O mentor do projeto confessou ao POSTAL não ter formação na área do
design, no entanto não esconde que essa é uma ambição futura.
“Sempre gostei imenso de desenhar e trabalhei durante cerca de 20 anos numa loja onde fazia as montras e era responsável pela imagem da loja, pelo que considero que a formação que tenho são os anos todos que trabalhei ligado a marcas de reconhecimento mundial”.
Luís Contreiras afirma que “a moda sempre esteve dentro de mim e agora estou a fazer parte dela”
A Pintta está presente no Facebook, Instagram, Linkedin e Twitter
“É importante referir que nas lojas temos no máximo seis/sete modelos,
no entanto, online temos cerca de 50 a 60”, explicou.
Luís Contreiras afirma que a chave para o sucesso é simples: é necessário muito empenho e trabalho. O criador chega mesmo a trabalhar 14 horas por dia.
Luís Contreiras revelou ao POSTAL um pouco do seu dia a dia. “Durante a fase da criação vou ao norte escolher os materiais aos fornecedores, depois chego ao Algarve faço o desenho, começo a juntar os materiais e texturas. Em seguida, crio as fichas, onde faço uma triagem e no final mando para a fábrica. No final, mandam-nos os protótipos para avaliarmos e testarmos se é exatamente aquilo que pretendíamos”.
O mentor do projeto salienta que “a Pintta está virada para o mundo e, como tal, gostava que fosse reconhecida internacionalmente. E é exatamente para cumprir esse objetivo que vamos trabalhar imenso todos os dias”.
Para obter mais informações sobre os sapatos Pintta clique AQUI ou aceda à página de facebook.
(Stefanie Palma / Henrique Dias Freire)