Clévio Nóbrega, investigador do Algarve Biomedical Center Research Instituite (ABC-RI) da Universidade do Algarve, acaba de publicar na renomada revista científica Brain um artigo que dá a conhecer uma investigação pioneira que identifica uma nova proteína como alvo terapêutico para duas doenças neurodegenerativas raras e incuráveis: a ataxia espinocerebelosa tipo 2 e a ataxia espinocerebelosa tipo 3 (também conhecida como doença de Machado-Joseph).
Esta investigação é resultado de um estudo desenvolvido em contexto pré-clínico ao longo dos últimos seis anos e identifica a proteína G3BP1 como crucial para a resposta das células e dos neurónios ao stress molecular.
Servindo-se de modelos celulares e animais, a equipa de investigação conseguiu comprovar que por um lado a diminuição desta proteína contribui para a progressão das referidas doenças. Por outro, quando a equipa de investigação restabeleceu os níveis de G3BP1, foi possível reverter, em modelos animais, algumas das características das doenças, incluindo défices motores.
Tratando-se de duas enfermidades para as quais não existe, atualmente, qualquer terapia que possa atrasar ou parar a sua progressão, os dados agora trazidos a público mostram-se especialmente relevantes numa perspetiva de futuro que possa almejar a passagem dos resultados agora obtidos em meio académico para a sociedade.
Recorde-se que esta investigação resultou já numa patente internacional e na criação de uma start-up – a Aquracy Therapeutics – atualmente incubada na Universidade do Algarve.
Para Clévio Nóbrega, responsável por este projeto, “esta revelação reveste-se de especial importância se pensarmos que, embora ainda estejamos longe do impacto na vida dos doentes, o objetivo é claro: criar inovação e soluções para problemas reais e, em particular, para duas doenças que, sendo raras, afetam milhões de pessoas em todo o mundo. O nosso objetivo está bem traçado: ajudar através da investigação a desenvolver uma terapia que possa atrasar ou parar a progressão da doença”.
Os investigadores acreditam, assim, que este projeto, que combina diversas técnicas e modelos, desde estudos com células provenientes dos doentes até modelos celulares e modelos animais, traz agora novas relevações sobre as doenças poliglutaminas e, em particular, sobre a doença de Machado-Joseph, uma doença que apresenta uma predominância grande em Portugal, atingindo prevalência máxima a nível mundial em algumas ilhas dos Açores.
A Universidade do Algarve (UAlg) tem atualmente cerca de 9 mil estudantes, 20% dos quais internacionais, oriundos de mais de 84 nacionalidades, onde se destaca o Brasil, país com maior representatividade.
Sobre a Universidade do Algarve
Com 43 anos de existência, aparece pela quinta vez no ranking do Times Higher Education (THE) Young University Rankings 2022, que analisa o desempenho de instituições de ensino superior criadas há 50 anos ou menos, destacando-se no indicador que avalia a projeção internacional. Este ano volta a integrar a lista das melhores do mundo no Shanghai Ranking’s Global Ranking of Academic Subjects 2022, destacando-se novamente na área de Hospitality & Tourism Management, entre os lugares 76-100, seguindo-se a área de Oceanography, entre os lugares 151-200.
Também integra pela terceira vez o Times Higher Education Impact Rankings, que avalia a nível global o desempenho e contributo das universidades para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas. A UAlg ficou posicionada na posição 201-300 na classificação geral do THE Impact Rankings, de entre 1406 Instituições de Ensino Superior (IES) de 106 países.
A UAlg oferece cursos de formação inicial e pós-graduada, nas suas diversas áreas de formação: Artes, Comunicação e Património; Ciências Sociais e da Educação; Ciências e Tecnologias da Saúde; Ciências Exatas e Naturais; Economia, Gestão e Turismo; Engenharias e Tecnologias.
A sua localização privilegiada junto ao Aeroporto Internacional de Faro e o grande número de novas rotas aéreas de ligação às principais cidades portuguesas (Porto e Lisboa) e europeias, bem como as excelentes condições que a UAlg e a região têm para oferecer, fazem com que, cada vez mais, a Academia do Sul do país adquira um estatuto central e internacional.