As insolvências de empresas estabilizaram entre Janeiro e Maio face ao mesmo período de 2014, para perto de 3.500 unidades, enquanto as empresas criadas aumentaram 11,2% para quase 18 mil, segundo dados divulgados.
“Depois da tendência crescente nas insolvências iniciada em 2008 e apenas invertida no ano passado, 2015 tem confirmado a resiliência do tecido empresarial português, com o número de empresas insolventes a manter-se inalterado face a 2014”, destaca a empresa de soluções de gestão de risco para o sector empresarial Ignios.
Segundo adianta, no acumulado entre Janeiro e Maio foram registadas 3.487 empresas insolventes em Portugal, o que compara com as 3.488 do período homólogo de 2014.
Já em termos de constituições “a nota é de crescimento”, com as 17.933 empresas criadas até Maio a representarem um aumento de 11,2% face a 2014.
Do total de insolvências nos primeiros cinco meses de 2015, 1.417 dizem respeito a processos já concluídos (declarações finais de insolvência), os quais continuaram a aumentar (+11,1% do que em 2014).
Contudo, esta subida foi compensada pela descida de 9,8% nas insolvências apresentadas pela própria empresa (935), sendo que também as insolvências requeridas pelos credores (1.092) recuaram ligeiramente (-0,7%).
Nos planos de insolvência, nota a Ignios, “ainda que se mantenham residuais (43), a descida foi significativa (-42,7%)”.
Em termos de constituições, são contabilizadas até Maio 17.933 novas empresas, mais 11,2% do que no mesmo período de 2014, em linha com a tendência de crescimento homólogo no acumulado, embora em Maio se tenha notado uma “ligeira desaceleração no ritmo” (em Abril, o crescimento tinha sido de 14,1%).
Numa análise por distrito, Lisboa, Porto, Aveiro, Setúbal e Braga continuam a destacar-se, “quer enquanto destino de constituição de novas empresas, quer enquanto palco de insolvências”.
Leiria, Faro e Santarém registam descidas no número de insolvências
Ainda assim, nos primeiros cinco meses do ano “outros distritos ganharam também destaque”: em termos de insolvências, “evidenciaram-se pela positiva” Leiria, Faro e Santarém, que registaram descidas no número de empresas insolventes de, respectivamente, 5,6%, 24,5% e 13,3%, enquanto Coimbra (+17,1%), Évora (+32,7%), Vila Real (+26,5%) e Viana do Castelo (+6,3%) sofreram um “aumento importante” nas insolvências, embora se mantenham como distritos “com um peso relativo baixo” no total nacional de empresas insolventes.
Nos distritos que mais pesam em termos de insolvências, Braga (+21,9%), “devido sobretudo ao sector do vestuário”, e Setúbal (+11,6%) registaram ambos aumento do número de empresas insolventes nos primeiros cinco meses do ano.
Já em Lisboa (-0,5%), Porto (-14%) e Aveiro (-7,5%) assistiu-se a uma redução.
Em termos de constituições, Aveiro (1.102 empresas constituídas) aumentou significativamente o seu peso relativo (de 5,7% para 6,1%), tal como Leiria (de 3,7% para 4,2%, num total de 760 empresas) e Coimbra (de 3,2% para 3,6%, com 647 empresas).
Já o Porto (3.324 empresas) perdeu peso para 18,5% do total, sendo que Lisboa também perdeu representatividade e, com 4.998 empresas constituídas, diminuiu o peso de 29,3% para 27,9%.
Por sectores de actividade, a Ignios destaca os “serviços dependentes da procura interna e de consequentes importações” como os afectados pela maioria das insolvências, mas refere a “inflexão de crescimento” registada, com excepção de áreas como os transportes terrestres (+32,7% de insolvências) e a restauração (+5,5%).
Em termos de peso, o sector ‘outros serviços’ continua a dominar as empresas insolventes (18,6%), seguindo-se a ‘construção’ (17,8%), o ‘comércio a retalho’ (14,6%) e o ‘comércio a grosso’ (14%).
Nas constituições de empresas, o ‘comércio automóvel’ teve “um dos aumentos mais expressivos” em termos relativos (+21,9% para 657 empresas), “favorecido pelo aumento de volume de negócios”.
O sector ‘outros serviços’ continuou a ser predominante, com um peso de 40%, seguido do ‘comércio a retalho’ (peso de 12,8%) e da ‘hotelaria e restauração’ (peso de 11,7%).
(Agência Lusa)