A Iniciativa Liberal Faro informa, em comunicado, que foi contactada em 16 de junho pelo movimento cívico que quer promover a construção de uma ponte pedonal para a Praia de Cabanas de Tavira, autodenominado Grupo de Cidadania “Por uma ponte pedonal para a praia de Cabanas de Tavira”.
Segundo as informações prestadas pelo movimento, “está a decorrer atualmente um concurso público gerido pela Docapesca, com o fim de atribuir a concessão dos transportes de turistas por 25 anos à empresa que já detém os direitos de exploração da praia e dos transportes, mediante um contrato que não é público”, avança o partido.
Esta situação implica o vaivém de barcos no pequeno canal, várias centenas de vezes por dia, o que nos parece configurar só por si um enorme problema ambiental.
“A construção de uma ponte de madeira, ou de outro material ecológico, parece ser fácil e com grandes benefícios ambientais e de comodidade para os turistas e até das atividades económicas de Cabanas, porque diminuiria a sazonalidade destas atividades. Aliás, segundo sabemos, no abaixo-assinado a pedir a ponte, todos os restaurantes da marginal de Cabanas colaboraram”, afirma o Grupo de Coordenação local Iniciativa liberal Faro.
O partido Iniciativa Liberal Faro diz compreender e ser sensível “a argumentos como os potenciais perigos que uma ponte pedonal poderá colocar em termos de sobrecarga para a praia, mas também compreendemos que é sempre possível impor restrições de acesso à praia pela ponte pedonal em qualquer momento; e temos dificuldade em entender a falta de sensibilidade ambiental para uma situação que comporta centenas de viagens marítimas diárias, num pequeno canal da Ria Formosa, sem qualquer imposição de restrições”.
Acresce que a continuidade da atual situação “obrigará que os contribuintes tenham mais despesa nos próximos anos, atendendo às necessárias dragagens, que terão de ser feitas para permitir o negócio de uma empresa privada”.
“De acordo com toda a informação recolhida, e atendendo estarmos a falar de uma empresa que já está a monopolizar a exploração da praia e do transporte de turistas há quase 25 anos, com a normal proximidade que tal situação gera com as estruturas políticas do Estado, a atribuição de mais uma concessão-monopólio por 25 anos, com as consequências ambientais e económicas que tem para a maioria da população, gera a suspeição pública de que estaremos perante mais um caso de compadrio entre as estruturas do Estado e empresários que vivem à custa desse mesmo Estado, ou seja, dos nossos impostos”, pode ler-se no documento.
“Não querendo a Iniciativa Liberal fazer acusações de ânimo leve, nem qualquer aproveitamento político mediático desta situação”, informa que solicitou por email ainda em 22 de junho, “os devidos esclarecimentos à Docapesca, Câmara Municipal de Tavira, Parque Natural da Ria Formosa e Administração da Região Hidrográfica do Algarve, que passado um mês ainda não deram qualquer resposta, o que só reforça a suspeição de que estamos mesmo perante um caso de compadrio entre a Administração Pública e uma empresa privada cujo sucesso reside exatamente neste conluio e em detrimento do bem público, nomeadamente dos cidadãos que residem no local, assim como dos contribuintes em geral”.
Sobre a Iniciativa Liberal
O partido Iniciativa Liberal é o partido liberal de Portugal. A Iniciativa Liberal tem a sua génese em setembro de 2016, com a criação da Associação Iniciativa Liberal. Em 26 de novembro de 2017 realiza-se a Convenção Fundadora do partido político Iniciativa Liberal, sendo formalizado o seu registo perante o Tribunal Constitucional no mês seguinte.
A Iniciativa Liberal apresentou-se pela primeira vez a eleições nas Eleições Europeias em maio de 2019. Em setembro do mesmo ano concorreu às Eleições Regionais da Madeira e, em outubro, participou nas Eleições Legislativas, elegendo um deputado à Assembleia da República, João Cotrim de Figueiredo. Em outubro de 2020 concorreu às Eleições Regionais dos Açores, onde elegeu um deputado à Assembleia Legislativa Regional.