A Serra de Monchique começou a arder ao fim da tarde, da passada quinta-feira, dia 2 de Agosto, precisamente na zona de Portela das Eiras. Centro e treze operacionais, 37 veículos e seis aeronaves combateram o fogo, tendo-o controlado já ao início da noite. No dia seguinte, sexta-feira, 3 de Agosto, ao início da tarde, inicia-se um incêndio na zona da Perna Negra. O Comando Distrital de Operações de Socorro, de Faro, classificou-o como “complexo”, devido à zona com “muito vento” e cujos acessos são “difíceis”.
Centro e noventa operacionais, acompanhados por 54 veículos e 9 aeronaves deslocam-se ao local. Ao início da noite, a primeira localidade é evacuada, Foz do Carvalhoso. Já no fim-de-semana, totalizavam- se 692 operacionais e 189 veículos. Ainda durante a madrugada é activado o Plano Municipal de Emergência, ao totalizarem-se mil hectares de área ardida. As primeiras estradas nacionais começam a ser cortadas, ao final do dia.
Domingo, dia 5 de Agosto, o incêndio alastra-se a São Teotónio. Um total de 110 pessoas são retiradas de suas casas. Ainda durante esse dia, Christos Stylianides, comissário europeu para a Ajuda Humanitária e Gestão, afirma que a União Europeia está pronta para ajudar. A primeira unidade hoteleira, no lugar do Montinho, é evacuada. Já durante a madrugada de dia 6 de Agosto, aparecem os primeiros 24 feridos graves. Totalizavam-se 1037 operacionais, 303 veículos e uma aeronave. Espanha envia dois aviões Canadair. Ao início da noite, bombeiros perdem controlo do fogo e as chamas começam a ameaçar a vila de Monchique. A coordenação do fogo passa para a Autoridade Nacional de Protecção Civil, a meio da manhã do dia 7 de Agosto. Ainda no mesmo dia o incêndio alastra aos Municípios de Silves e de Portimão. O fogo não mostra sinais de abrandamento e os meios reforçam-se. O número de feridos aumenta para 32.
De acordo com os dados europeus, a meio da manhã de quarta-feira, 8 de Agosto, haviam já ardido mais de 20 mil hectares, metade dos 41 mil que o fogo tinha destruído na mesma zona, em 2003. A área ardida pelo fogo de Monchique é já quatro vezes maior do que toda a área ardida até ao passado dia 15 de Julho. António Costa discursa as primeiras palavras sobre o tema, referindo que “o sistema de Protecção Civil respondeu à altura do desafio. Monchique será a excepção que confirma a regra”. Acrescenta ainda que serão precisos “vários dias” para se apagar o incêndio. Durante a tarde do mesmo dia, Rui André, presidente da Câmara de Monchique afirma que o fogo já consumiu cerca de 20 casas de primeira habitação.
Horas depois, Pedreiras e a aldeia de Enxerim, em Silves começam a ser evacuadas. Até ao fecho desta edição, dia 8 de Agosto, pelas 23 horas, os números rondavam as 300 pessoas deslocadas, 1.300 operacionais, 400 meios terrestres, 13 meios aéreos e cerca de 25 mil hectares ardidos.
(Maria Simiris / Henrique Dias Freire)