O Hospital de Faro esteve sem consulta de urgência, na especialidade de oncologia, na passada terça-feira, dia 1 de Agosto. Sem aviso prévio, o estabelecimento hospitalar colocou apenas um aviso escrito em papel na porta do mesmo.
A situação foi identificada pelo deputado do PSD pelo Algarve, Cristóvão Norte, que publicou na sua página de Facebook: “É muito cruel para os doentes e seus familiares e motiva compreensível revolta. Estes doentes são dos mais vulneráveis, travam uma árdua batalha física e psicológica, um processo que é uma provação duríssima mesmo quando se libertam desse mal. A nós, ao Estado, exige-se que não lhes falhemos tão flagrantemente. Que não os obriguemos a estar sem observação ou, na melhor das hipóteses, prostrados na urgência comum, em desespero, horas a fio, e na iminência, face à sua débil condição, de contrair uma infecção generalizada. Não o merecem. Estão em radio ou quimioterapia, devem beneficiar de cuidado e de conforto, também de atenção, de humanidade”.
A falta de alguns serviços nesta unidade hospitalar não é novidade. Já no domingo passado, dia 29 de Julho, o Hospital de Faro esteve 24 horas sem médicos ortopedistas no serviço de urgências. Esta situação obrigou o desvio de várias ambulâncias de emergência, que transportavam vítimas de acidentes e quedas, para o Hospital de Portimão.
Para além disso, esta situação levou a que vários doentes, entre Albufeira e Vila Real de Santo António, fizessem dezenas de quilómetros para receberem assistência hospitalar.
A falta de médicos é um problema recorrente não só da Unidade Hospitalar de Faro, como em toda a região. Situação que se agrava no Verão com a quantidade de turistas na região. Só no ano de 2017, as queixas dos utentes cresceram 104%, segundo o deputado algarvio. “Facto que é um grito de desespero e dor de doentes que sentem que o seu direito à saúde lhes está a ser coarctado”, afirmou na mesma publicação.
Cristóvão Norte declarou ainda que esta será mais uma situação a ser transmitida ao Ministro da Saúde, em forma de requerimento. “Tenho procurado sensibilizar o Ministro da Saúde para atender a estas reclamações e colocar o Algarve como a sua prioridade nacional na saúde.
Dar-lhe-ei conta, em forma de requerimento, de mais esta perda, na esperança que se empenhe em debelar estas privações a que estes cidadãos não podem estar sujeitos”.
O POSTAL tentou contactar o Hospital de Faro, mas até ao momento não obteve resposta.
(Maria Simiris / Henrique Dias Freire)