Uma equipa de arqueólogos fez uma descoberta notável na China: um antigo atelier de produção de ouro e pedras preciosas com mais de 3.400 anos. O achado, realizado nas ruínas da cidade de Sanxingdui, oferece novas pistas sobre a civilização Shu, uma das mais misteriosas da história chinesa. Este tesouro, que inclui milhares de peças de ouro, jade e outras pedras preciosas, está a surpreender os especialistas e a ampliar o entendimento sobre a produção artesanal de ouro numa época tão distante. Saiba mais neste artigo que conta com a colaboração da Executive Digest.
O atelier foi descoberto a cerca de um quilómetro a norte dos famosos poços de sacrifício de Sanxingdui, um importante sítio arqueológico que tem revelado sucessivos achados cruciais para a história da China. Desde 2022, uma equipa liderada pelo arqueólogo Ryan Honglin tem escavado a área e já encontrou cerca de 4.000 artefactos, entre peças de ouro, jade e pedras preciosas, em diferentes fases de produção.
“É incrível perceber que, há mais de 3.000 anos, já existia uma cadeia de produção tão sofisticada de objetos de luxo”, disse Honglin. Este achado não só inclui matérias-primas, como também produtos finalizados, evidenciando um processo de produção em várias etapas que, para a época, era bastante inovador. “Esta descoberta altera a nossa visão sobre a produção artesanal naquela civilização e demonstra que usavam técnicas avançadas, incomuns para aquele período”, acrescentou.
Entre os achados deste antigo atelier, destacam-se pequenas figuras de jade, algumas por terminar, e ornamentos de ouro meticulosamente trabalhados. Estes artefactos são valiosos não apenas pela sua beleza e antiguidade, mas também pelas informações que oferecem sobre as técnicas de produção da época. “As figuras de jade são especialmente importantes porque revelam detalhes sobre a origem dos materiais e as técnicas usadas para esculpir a pedra”, explicou Honglin.
A descoberta sugere que os artesãos do Reino Shu, que floresceu há cerca de 4.000 anos, já dominavam uma cadeia de produção completa, contrastando com o que se acreditava anteriormente sobre as práticas produtivas da época, que se julgavam menos organizadas. Esta nova evidência leva os arqueólogos a reconsiderar as capacidades técnicas e artísticas desta civilização antiga.
O Reino Shu, uma das mais antigas civilizações chinesas, permanece envolto em mistério devido à escassez de registos históricos e de artefactos comparáveis aos encontrados noutras regiões da China. No entanto, esta nova descoberta em Sanxingdui está a oferecer uma compreensão mais profunda sobre este enigmático reino. De acordo com a agência de notícias chinesa Xinhua, os artefactos agora descobertos poderão ajudar a esclarecer a estrutura social e económica do Reino Shu, bem como as suas interações com outras civilizações da época.
Apesar de o ouro sempre ter sido um símbolo de poder e riqueza, o atelier agora descoberto revela que os habitantes do Reino Shu não apenas valorizavam este metal precioso, como também o trabalhavam com grande habilidade. “Esperamos que esta descoberta traga uma nova perspetiva sobre a história da joalharia e da produção de ouro na antiga China”, afirmou Honglin.
Os achados de Sanxingdui fazem parte de um esforço contínuo para desvendar os mistérios da antiga China. Esta cidade, que já revelou impressionantes estátuas e máscaras, continua a surpreender os arqueólogos com o seu potencial para aprofundar o conhecimento sobre as civilizações que floresceram muito antes da dinastia Han. Esta nova coleção de artefactos demonstra que o Reino Shu possuía uma capacidade técnica notável, desafiando a ideia de que estas civilizações eram menos avançadas na produção de objetos de luxo.
Esta descoberta não só adiciona novas camadas ao entendimento da história da China, como também oferece uma janela para o quotidiano e as práticas culturais de uma civilização que ainda tem muito por revelar. O ouro e o jade, materiais de grande valor naquela altura e ainda nos dias de hoje, revelam-se essenciais para compreender como estas antigas sociedades se organizavam e prosperavam.
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