Os hábitos alimentares de mais de 12 mil portugueses vão ser estudados durante um ano com o objectivo de investigar as causas que limitam o acesso a uma alimentação adequada.
“Além da recolha de informação junto de uma população representativa da população portuguesa, esta investigação pretende melhorar a saúde pública no geral”, explicou à Lusa Helena Canhão, investigadora principal do estudo.
O projecto denominado “Saúde.Come”, que recebeu 715 mil euros de um mecanismo financeiro europeu, pretende usar tecnologias como a televisão interactiva ou a internet para promover hábitos alimentares saudáveis junto dos idosos e dos jovens.
Numa primeira fase, que deverá durar cerca de seis meses, os investigadores vão tentar perceber que percentagem da população portuguesa vive em insegurança alimentar, ou seja, tendo acesso limitado ou incerto a uma alimentação adequada ou ter receio de não ter comida no dia seguinte.
A insegurança alimentar pode estar ligada a factores económicos, mas também, sobretudo no caso dos idosos, a problemas de mobilidade aliados a isolamento ou solidão que dificultem o acesso a comida saudável e adequada.
Investigação abrange 12 mil portugueses
A investigação é conduzida pela Sociedade Portuguesa de Reumatologia, Nova Medical School da Universidade Nova de Lisboa, Católica Lisbon School of Business and Economics, pelo Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto e ainda por uma universidade da Noruega, país onde está a ser feito um estudo semelhante.
No total serão abrangidos cerca de dez mil adultos portugueses e mais de dois mil adolescentes.
Na segunda parte deste projecto, que é apresentado na quarta-feira à tarde em Lisboa, os autores vão pretender perceber de que forma as tecnologias como a internet ou a televisão interactiva podem intervir na mudança de hábitos de saúde junto de idosos e de jovens.
Para a população idosa vai ser desenvolvida uma ferramenta “motivacional e educativa” que promove hábitos alimentares saudáveis e exercício físico através de uma aplicação de televisão.
Ao longo do estudo, os participantes devem ser avaliados através de consultas médicas, avaliação nutricional e de aptidão física.
Para os adolescentes vai ser criada uma plataforma online que contém inquéritos, vídeos e dicas de nutrição e será testada em 400 alunos dos 7.º e 8.º anos de uma escola do distrito de Leiria.
(Agência Lusa)