A gengivite é uma inflamação das gengivas que se manifesta pelo inchaço, pela dor e pelo sangramento das mesmas. Se for tratada a tempo, a gengivite pode não ter consequências de maior e até gerar bons preceitos higiénicos da boca. Se houver desmazelo, pode levar mesmo à perda dos dentes. Fala-se, portanto, em duas fases da mesma doença das gengivas: a gengivite, aqui entendida como a fase inicial irreversível da doença quando é só uma inflamação provocada pelo alastramento da placa bacteriana na zona entre o dente e a gengiva; e a periodontite, essa sim fase irreversível da doença, quando o osso e as fibras de suporte que mantêm os dentes ficam irremediavelmente afetados. Considera-se que a gengivite é a forma mais ligeira da doença periodontal que afeta uma elevada percentagem da população mundial.
A causa da gengivite é a placa dentária que se acumula diariamente nos dentes. Com um tratamento dentário adequado e cuidados continuados na higiene oral previne-se a doença. Não esquecer que uma escovagem incorreta permite a formação da placa bacteriana. Esta, o que é? É uma película constituída por bactérias e seus produtos, que se forma constantemente sobre os dentes e gengivas. De início, esta película assume uma consistência mole, facilmente removível pela escovagem cuidadosa dos dentes, mas quando não é removida vai mineralizar e então passa a ser designada por tártaro. Os sintomas da gengivite podem incluir: gengivas avermelhadas; gengivas inchadas; gengivas que sangram durante a escovagem ou com a mastigação; mau hálito e mau sabor na boca; gengivas sensíveis e igualmente indolores ao toque.
Qual a melhor prevenção da gengivite? Recorra-se a uma boa higiene da boca e dos dentes: escovar os dentes pelo menos duas vezes por dia; utilizar sempre um dentífrico com flúor (de 1000 a 1500 ppm de flúor, porque é a concentração indicada para a prevenção da cárie); no final da higiene oral, não se deve passar a boca por água, mas sim cuspir os excessos do dentífrico, desta maneira a ação dos compostos fluoretados será mais prolongada; utilizar escova adequada (a cabeça deverá ser pequena e macia para evitar lesões nas gengivas); no caso da escova manual, deverá ser substituída pelo menos de 3 em 3 ou de 4 em 4 meses, visto que as cerdas começam a ficar gastas e deformadas; ir regularmente ao dentista para fazer uma limpeza profissional dos dentes.
Nem sempre a falta de higiene é a causa principal da gengivite. Uma boa percentagem da população tem uma carga genética que a torna mais propensa a ter a bactéria que se pensa ser responsável pelo desenvolvimento da placa bacteriana. Há também medicamentos que podem provocar o crescimento das gengivas, tornando mais difícil a eliminação da placa bacteriana: é o caso de alguns medicamentos utilizados para controlar as convulsões, são aqueles que são tomados pelas pessoas submetidas ao transplante de órgãos ou alguns dos que se tomam para controlar a pressão arterial.
A saúde oral é indispensável, mas temos que igualmente moderar o consumo de alimentos com açúcar e bebidas açucaradas. Para além da prevenção da gengivite e do que é uma correta higiene oral, é ainda possível o recurso a elixires ou colutórios para bochecho, sempre que haja indicação para tal. Alguns destes produtos podem ser uma boa ajuda no controlo da formação da placa bacteriana. Fale com o seu estomatologista, use o aconselhamento do seu farmacêutico.