A imagem intitulada “Força Numérica” destaca a forma como os mexilhões se agrupam para resistir à força das ondas do mar. A escolha de uma fotografia de mexilhões numa praia portuguesa para um dos principais prémios de fotografia de vida selvagem visa prestar homenagem à beleza da fauna local, muitas vezes pouco reconhecida, explicou o autor, Theo Bosboom. Saiba mais neste artigo que conta com a colaboração da CNN Portugal.
Esta foto, que mostra aglomerados de mexilhões sobre rochas com a Praia da Ursa, em Sintra, como cenário de fundo, foi distinguida com uma menção especial pelo júri do Prémio de Fotógrafo de Vida Selvagem do Ano, promovido pelo Museu de História Natural de Londres .
A imagem pretende evidenciar como estes pequenos seres se juntam para sobreviver às fortes correntes do mar. “Muitas vezes, escolho fotografar espécies que não são consideradas ‘atraentes’ e que raramente são fotografadas, porque vejo nelas uma beleza particular. Acho importante dar-lhes visibilidade, pois as pessoas muitas vezes não oferecem dar o devido valor ou, no caso dos mexilhões, limitam-se a comê-los, mas desempenham um papel essencial no ecossistema”, explicou Bosboom à Agência Lusa.
O fotógrafo holandês sublinhou ainda que, além de ajudarem a melhorar a qualidade da água, os mexilhões têm uma beleza que muitas vezes passa despercebida.
Os mexilhões são moluscos bivalves que desempenham um papel fundamental nos ecossistemas marinhos. Vivem normalmente preso às rochas nas zonas costeiras, formando grandes colónias que ajudam a estabilizar os habitats, protegendo as costas da erosão. Além disso, atuam como filtros naturais, contribuindo para a purificação da água ao alimentar-se de partículas suspensas, como plâncton e matéria orgânica.
Estes organismos são também uma importante fonte de alimento para diversas espécies marinhas e para os seres humanos, sendo muito apreciados na gastronomia portuguesa. No entanto, a sua relevância ecológica vai além do prato, já que ajudam a manter a saúde dos ecossistemas marinhos.
Leia também: Conheça o vinho que vale ouro no estrangeiro e em Portugal não chega a 8€