O Forte da Meia Praia, em Lagos, cuja construção remonta ao século XVII, foi classificado pelo Governo como monumento de interesse público, de acordo com uma portaria publicada na passada segunda-feira em Diário da República.
O Forte de São Roque, ou da Meia Praia, constituiu uma das fortificações complementares de defesa da costa algarvia, a par de muitos outros fortes implantados ao longo de toda a linha marítima do Algarve.
Construído em 1674, o forte foi entregue à Câmara de Lagos em 1873, que o cedeu gratuitamente à Alfândega, tendo funcionado até meados da década de 90 do século passado como posto da antiga Guarda Fiscal.
Parcialmente reconstruído após os danos provocados pelo terramoto, seguido de maremoto, de 1755, o Forte da Meia Praia desempenhou, até à Guerra Civil entre liberais e absolutistas, um importante papel na defesa da baía de Lagos, tendo sido desartilhado e desguarnecido após a Convenção de Évora Monte, de 1834.
Segundo a portaria, a classificação do Forte da Meia Praia cumpre os critérios constantes na lei relativos ao carácter matricial do bem, ao seu interesse como testemunho notável de vivências ou factos históricos e ao seu valor estético, entre outros.
A Câmara de Lagos, através da Assembleia Municipal, pediu ao Governo, por duas vezes, em 2004 e em 2007, que o forte da Meia Praia retornasse ao domínio municipal, mas as propostas foram recusadas.
A autarquia argumentou que queria recuperar o forte para travar a degradação e abandono do monumento, reabilitando-o e colocando-o ao serviço da comunidade.
(Agência Lusa)