A Câmara de Alcoutim desde há cerca de nove anos que tinha nos seus planos construir uma ETAR em Montes do Rio. Posteriormente, garantiu que a mesma seria construída sem financiamento comunitário. Com a aprovação da segunda candidatura da autarquia ao Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso dos Recursos, essa mesma promessa ficou cumprida.
Segundo o presidente Osvaldo Gonçalves “o tempo demorado na execução da ETAR foi de facto um erro, mas que está ultrapassado”.
Ao POSTAL, Osvaldo Gonçalves explicou o porquê de a candidatura não ter sido aceite da primeira vez e por isso ter demorado mais tempo. “Um dos critérios da candidatura, e que determinou o chumbo da mesma no ano passado, tem a ver com a qualidade da água do Rio Guadiana. Se a qualidade da água tivesse um índice inferior a bom, a candidatura seria aprovada, se tivesse um índice de Bom ou Muito Bom seria reprovada. Nós, felizmente, temos um Rio Guadiana que tem uma água de índice Bom, fazendo com que a candidatura fosse reprovada nessa altura por isso mesmo”. Já na segunda candidatura, esse critério não foi tido em linha de conta, dando origem à sua aprovação.
‘É o completar de um ciclo’
Deste modo, o Fundo de Coesão, do Programa Operacional financia até 85% a estação de tratamentos de águas residuais de Montes do Rio, cujo valor elegível ascende a 190 mil e 10 euros.
Esta ETAR visa então o tratamento das águas residuais produzidas pelas povoações de Montinho das Laranjeiras, Laranjeiras, Guerreiros do Rio, Álamo e Cortes da Donas.
Com o objectivo de contribuir para a melhoria da qualidade da água a rejeitar para o Rio Guadiana, melhorando a qualidade da massa de água do mesmo.
Para o presidente da autarquia, “esta ETAR significa uma melhoria e um reforço das condições de vida das pessoas. Significa o completar de um ciclo na malha urbana ribeirinha, tão importantes que são os Montes do Rio”.
Ainda segundo o mesmo, a ETAR já se encontra em construção e prevê estar concluída no prazo máximo de seis meses.
Ao POSTAL, o presidente da autarquia confessou ainda que o Ambiente é uma preocupação para o município. “As obras e o esforço financeiro que estamos a fazer nesse sentido são notórios. Por exemplo, continuamos a alargar as condutas redutoras na distribuição para as populações que ainda não têm distribuição de água das Águas do Algarve. E estamos a evitar a captura de águas subterrâneas que são muito importantes e têm um componente interessante no Ambiente e na biodiversidade. E estes são só alguns exemplos”.
(Maria Simiris / Henrique Dias Freire)