O Festival Verão Azul, já na sua 10.ª edição, celebra uma década dedicada à descentralização e criação em arte contemporânea e suas variantes e cruzamentos. Da fotografia à performance, passando pela música, teatro e cinema, entre outras propostas, o extenso e sui generis corpo de programação deste evento único continua a mostrar o que de mais experimental se faz na produção artística nacional, internacional e local.
De 4 a 20 de novembro, em Lagos, Loulé e Faro, celebram-se múltiplas linguagens e estéticas contemporâneas na região do Algarve, através do olhar atento da direcção artística da dupla de artistas Ana Borralho e João Galante e da curadoria de Catarina Saraiva.
A exposição “Faro-Oeste” de Pauliana Valente Pimentel é um dos grandes destaques do arranque mas, na semana inaugural, o epicentro é a cidade de Lagos. Sérgio Pelágio, que se dedica às bandas sonoras para histórias infantis, vai contar as suas “Histórias Magnéticas” ao público mais novo e transmitir a importância da democracia e do papel da paz, seguidas de uma oficina, no Centro Cultural da cidade, na manhã do primeiro dia. O guitarrista e compositor é ainda responsável por um concerto a solo para guitarra eléctrica, para o público em geral, no LAC – Laboratório de Actividades Criativas, no dia 6, às 21:30. No dia anterior, a artista Isabel Gaivão, que narra as “Histórias Magnéticas” musicadas por Pelágio, irá partilhar a sua prática artística e a sua relação entre o texto e o teatro, numa conversa-oficina com uma turma da EB23 das Naus.
Nos dias 5 e 6 de novembro, no Centro Cultural de Lagos, o ilustrador António Jorge Gonçalves e o MC e activista Flávio Almada aka LBC Soldjah vão dirigir-se a adolescentes, jovens e adultos na performance-palestra-concerto de hip-hop “Válvula”. Uma viagem, a partir da história do graffiti e do rap, com diversas perguntas que se cruzam com os direitos sociais e humanos, desde os riscos que caçadores-recolectores fizeram nas rochas há 30 mil anos até à arte urbana que preenche os muros actualmente. No dia 5, o ilustrador apresenta o livro “Desenhar Do Escuro”.
Ambos artistas são ainda condutores de masterclasses para jovens, no dia 6, às 10h30, também no Centro Cultural de Lagos: António Jorge Gonçalves, em “Desenhos Efémeros – O Desenho Como Performance”, explica o método e a dinâmica performativa do desenho digital em tempo real e Flávio Almada, em “Hip-Hop: Rap e Escrita Criativa”, utiliza o ritmo, a escrita e a improvisão numa experiência exploratória e participativa no universo do hip-hop.
No mesmo dia e espaço, às 17:30, no debate “Humanidade e Democracia”, os artistas Sérgio Pelágio, António Jorge Gonçalves e Flávio Almada e o LAC – Laboratório de Actividades Criativas vão explicar o que os motiva e porque consideram essencial e urgente, neste momento, refletir sobre estes temas, numa actividade aberta a crianças, jovens e famílias.
A programação da 10.ª edição do Festival Verão Azul segue viagem para Loulé e Faro. Até dia 20 de novembro, estão previstas ainda propostas de artistas como M̶i̶g̶u̶e̶l̶ Bonneville, ZA!, Alex Cassal, Luciana Lina ou Flávio Martins e José Jesus.
Produzido pela associação cultural casaBranca, o Festival Verão Azul tem financiamento da DG Artes e Câmara Municipal de Lagos, contando com co-produção com o Teatro das Figuras de Faro e a Câmara Municipal de Loulé.
A programação completa está disponível aqui.