O Festival Caixa a Sul, uma organização da Caixa Geral de Depósitos e da Orquestra Clássica do Sul, entra na estrada em Agosto e teve honras de lançamento, ontem em Faro, num novo espaço aberto ao público e criado pela Orquestra Clássica do Sul junto à sede da instituição, em frente ao Teatro Municipal de Faro.
O Festival Caixa a Sul é a nova marca do festival Caixa Geral de Depósitos, que durante oito edições fez pelo Algarve soar a música clássica, e que este ano, na nona edição, promete encher de música a região de barlavento a sotavento
Depois de ontem ter sido apresentado o festival, numa ante-estreia, com interpretação do Concerto para Violino em Lá menor, n.º 1BWV 1041 e do Concerto Brandeburguês n.º 3 em Sol maior, BWV 1048, ambos de Bach, com Laurentiu Simões como primeiro violino, o festival entra na estrada e aporta para o concerto de abertura, no dia 5 de Agosto, em Loulé, com Joana Machado.
Seguem-se apresentações nos dias 8 e 9 de Agosto, respectivamente em Faro e Lagos com Gisela João, nos dia 15 e 16, em São Brás de Alportel e em Mértola, com interpretação de bandas sonoras filmes, e no dia 23 de Agosto, em Altura, novamente com Gisela João.
Mezzo Caffé traz música a Faro quinzenalmente
Entretanto Carlos Ferreira, administrador da Orquestra Clássica do Sul, anunciou ontem que o novo espaço da orquestra, o Mezzo Caffé, em frente ao Teatro Municipal de Faro, trará uma nova centralidade à cidade.
O centro da música clássica de Faro passa a ser naquele novo espaço, com concertos quinzenais que prometem, a partir de Agosto, animar aquela zona da cidade.
“Esta é uma aposta da orquestra com a autarquia de Faro, numa parceria que pretende criar um novo espaço e conceito em Faro para divulgação da música clássica”, afirmou o responsável pela orquestra regional.
Maria Cabral, presidente da Orquestra Clássica do Sul, presente no lançamento do espaço e na ante-estreia do festival Caixa a Sul, realçou, em declarações ao Postal, que “a Caixa Geral de Depósitos tem sido um patrocinador fundamental da orquestra nestes tempos de contenção acentuada por parte das instituições públicas”.
“A Caixa Geral de Depósitos desempenha assim, a par da Orquestra Clássica do Sul, um trabalho de grande mérito na divulgação da música clássica no Algarve, um reconhecimento que não pode deixar de ser alvo de uma nota de destaque”, refere a presidente da instituição associativa.
Os mais pequenos ouvintes do Caixa a Sul
Se se julga que o festival Caixa a Sul é só para melómanos e pessoas adultas, retire-se o preconceito da mente e veja-se como a pequenada reage à música clássica.
Sentados na primeira fila, silenciosos e de olhar vidrado nos músicos, Gabriel (quatro anos), Miguel (quatro anos) e Marta (cinco anos), não proferiram palavra até ao fim.
Os olhos grados a cirandar, ora pousados nos violinos, ora serenados pelo correr dos arcos dos violoncelos, ora abismados com o gigante contrabaixo, davam nota de um gosto inato pela música.
Aos pequenotes interessa pouco se ouvem Bach ou outro qualquer compositor. Silenciam-se perante a arte, que é senhora para fazer darem-se estas coisas, tidas como difíceis, de absorver a atenção de gente cuja idade tem em si toda irrequietude do mundo.
Ao Postal os três jovens da assistência confessaram que não é a primeira vez que ouvem música clássica e, do alto da sua sabedoria na matéria, diz-lhes a experiência que gostam de ouvir o género.
Há momentos assim de puro deslumbre, do Gabriel, do Miguel e da Marta para com a música e os músicos e de todos nós para com eles, a nova geração de ouvintes, garante de que a música terá sempre amantes e será sempre geradora de amores eternos pela sua beleza intrínseca.