A Feira da Serra comemorou na edição que decorreu no último fim-de.semana 25 anos de existência. Um quarto de século de um trabalho esforçado que fez este certame vingar e cimentar-se não só enquanto momento maior da agenda de São Brás de Alportel, mas também como o maior evento do género na região.
A assinalar a data a organização, a cargo da Câmara de São Brás, escolheu como temática central desta 25ª edição a inovação. Porque nem só de tradição se faz a Feira da Serra, mas porque cada vez mais a inovação se ‘imiscui’ nos processos de desenvolvimento das mais tradicionais produções algarvias.
Trata-se de uma parceria que abre novas portas às produções e produtos regionais tradicionais, juntando o conhecimento científico e a tecnologia ao saber milenar, de forma a inovar e criar mais produtos, melhores resultados e a maximizar e potenciar o aproveitamento daquelas que são as potencialidades endógenas do Algarve e muito em particular do seu interior.
Exemplos de inovação não faltaram na Feira da Serra
Não é por isso de espantar que produtos como o caviar de caracol, uma cerveja que inclui no seu ‘blend’ a alfarroba ou sabonetes que recorrem a produtos naturais para serem base das emulsões de raro requinte, tenham surgido na mostra realizada durante a Feira da Serra a par de pranchas de surf fabricadas a partir de matérias primas extraídas das árvores, de sacos de golf feitos com recurso à cortiça ou compotas extraídas a partir do fruto do medronheiro.
Em todos estes produtos a inovação participou de forma directa na redimensionação da realidade tradicional do aproveitamento que se faz das matérias primas, abrindo novos horizontes e criando condições para que se reforce o valor acrescentado na transformação e se potencie o valor económico de recursos naturais endógenos da região.
Neste casamento feliz entre a ciência e o saber centenário, a Universidade do Algarve desempenha no quadro regional um papel de destaque, quer pelos profissionais que forma e que posteriormente desenvolvem trabalhos neste campo, quer através de empresas que se geram no seio da própria instituição, quer ainda através da transferência de know-how entre a academia algarvia e as empresas.
Parcerias de futuro que fazem germinar em vários campos de actividade novas formas de encarar os produtos algarvios e de os fazer chegar aos consumidores de forma potenciada face às necessidades dos mercados.
Do lado dos empresários também não falta arrojo e capacidade inventiva, apostando em projectos que até há bem poucos anos estariam fora dos horizontes empresariais e que com esforço, empenho e dedicação fazem brotar nichos de desenvolvimento económico, geradores de riqueza e de emprego, mas muito particularmente, geradores de condições para a não extinção de determinados produtos e matérias primas tradicionais.
Uma mostra que atinge milhares de pessoas
Com a Feira da Serra a apostar na divulgação da inovação no âmbito dos produtos e produções artesanais do Algarve, são milhares de pessoas que, de todos os cantos do Algarve e do país ficam a conhecer os produtos que são hoje a ponta de lança da inovação no Algarve no que respeita ao aproveitamento de matérias primas típicas da região.
Trata-se de uma montra privilegiada que não se pode descurar para ganhar massa crítica e visibilidade. Uma aposta que a autarquia são-brasense fez desta vez de forma directa e especialmente focada, mas que – convém recordar – faz desde há 25 anos consecutivos com a Feira da Serra.
Durante os últimos 25 anos foram milhares os produtos, produtores, artesãos, designers, criativos e empresários que puderam beneficiar deste palco maior regional e dos efeitos benéficos que a visibilidade que aporta lhes trouxe e traz.
A este esforço conjunto de quem produz riqueza e de quem dispõe das ferramentas para lhe dar exposição pública o mínimo que se pode fazer é reconhecer-lhes o mérito, a audácia e a capacidade de acreditar sempre e preseverar ainda mais para a salvaguarda dos valores que a tradição algarvia ainda tem e terá