São 11.787 os quilómetros que separam uma viagem de mota entre Faro e Catmandu, no Nepal. E é precisamente essa distância que o farense Artur Brito vai percorrer, sozinho, a partir do próximo dia 25, para ajudar as famílias afectadas pelo sismo que abalou o país asiático no ano passado.
O objectivo passa por angariar fundos para a Associação Obrigado Portugal, que nasceu no Nepal logo após a tragédia, com o intuito de ajudar as vítimas, e que lá se mantém até hoje.
“O que me motiva a fazer esta viagem é o facto de poder ajudar a divulgar o que está a ser feito e mostrar às pessoas que também elas podem ajudar, para além de algo que também gosto muito de fazer, que é viajar de mota, fazer viagens grandes e conhecer o mundo”, disse Artur Brito ao POSTAL.
Apesar de ter sofrido uma amputação à perna esquerda devido a um acidente de mota aos 25 anos, viajar neste meio de transporte é a paixão de Artur Brito que, na chegada ao Nepal, irá oferecer à Associação Obrigado Portugal ou a uma família por ela apoiada, a Honda PCX, que possui desde 2011.
A grande viagem solidária
A chegada a Catmandu está prevista para o dia 10 de Junho, depois de mais de 40 dias de viagem e, apesar de ser “uma decisão que ainda está em aberto”, Artur Brito pretende permanecer no Nepal “pelo menos durante 10 a 15 dias”, garante.
O voluntário vai atravessar países como Itália, Albânia, Grécia, Turquia e Irão, com duas viagens de ferry pelo caminho, e confessa ao POSTAL que “as maiores dificuldades vão ser a passagem por alguns países mais complicados, como o Irão, a subida da Índia e também o Nepal, principalmente porque a chegada já será feita na época das monções”.
Voluntário há cerca de seis anos em diversas áreas, a maior viagem de mota que o farense já alguma vez fez foi atravessar a Península Ibérica, ao longo de dez dias.
Artur Brito conta com o apoio da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e do Fórum Algarve, onde a mota está em exposição até ao dia da partida, e com a colaboração do Moto Clube Faro, que apresentou um concerto para angariar fundos para a causa.
A viagem começa no Forum Algarve e termina no campo de deslocados onde está a Associação Obrigado Portugal, e está marcada para o dia 25 de Abril, precisamente um ano depois do sismo de magnitude 7,8 na escala de Richter, que ocorreu a 81 quilómetros a noroeste da capital nepalesa e que matou milhares de pessoas.
(com Ricardo Claro)