O artista plástico António Costa Pinheiro morreu na passada sexta feira, na Alemanha, vítima de pneumonia. O pintor, que há muitos anos possuía casa em Quelfes, na freguesia de Olhão, onde residia, deixa obra dispersa um pouco por todo o mundo. Em Olhão, será para sempre recordado pelos azulejos dos Mercados Municipais.
A relação de Costa Pinheiro a Olhão era de tal forma intensa que, depois de o seu corpo ser cremado, o que deverá acontecer esta segunda-feira, na Alemanha, mais tarde, as suas cinzas deverão ser depositadas, a pedido do próprio, em Quelfes, onde residia e tinha o seu atelier desde 1991.
António Costa Pinheiro nasceu em Moura, em 1932, e fixou-se com os pais, em Lisboa, aos dez anos, tendo frequentado o Liceu Camões e a Escola de Artes Decorativas António Arroio, seguindo-se, mais tarde, a Academia de Belas Artes de Munique, na Alemanha.
A primeira exposição individual de António Costa Pinheiro realizou-se em Lisboa, em 1956, na Galeria Pórtico. A partida para a Alemanha, em 1957, verificou-se depois do serviço militar, juntando-se em Munique a René Bertholo e Lourdes Castro, com quem expôs na Galeria 17 e na Internationales Haus.
Foi já na Alemanha que co-fundou o grupo KWY, com René Bertholo, Lourdes Castro, João Vieira, José Escada, Gonçalo Duarte, Jan Voss e Christo. As três letras que, à data, não integravam o alfabeto português, KWY, foram aproveitadas pelos artistas para a composição da frase irónica “ká wamos yndo”.
Recebeu, entre outros, o Prémio da Associação Internacional dos Críticos de Arte, o Prémio da Fundação E. Reuter, na Alemanha, os prémios de gravura da Bienal de Cerveira e Intergrafik, de Berlim, e o Grande Prémio Amadeo de Souza-Cardoso.
O presidente da Câmara de Olhão, António Miguel Pina, lamenta “o desaparecimento prematuro de tão exímio e inspirado pintor, endereçando à família as suas condolências”.