O secretário-geral do PS pediu esta terça-feira, 14 de maio, ao cabeça de lista dos socialistas, Pedro Marques, para ser igual a ele próprio, recusando uma campanha “de piadinhas” e para agradar aos comentadores e às televisões.
António Costa falava no encerramento de um comício do PS em Faro, durante o qual fez a defesa do “número um” europeu dos socialistas, Pedro Marques, e atacou o CDS-PP e o PSD, sobretudo os cabeças de listas europeus destes partidos, respetivamente Nuno Melo e Paulo Rangel.
“Há uma enorme diferença entre aqueles que escolhem bons candidatos para aparecer na televisão e aqueles que escolhem bons deputados para representar toda a nação. Por isso, Pedro [Marques] sê igual a ti próprio, nós somos iguais a nós próprios”, disse.
De acordo com o líder socialista, o PS não vai “entrar num concurso de piadinhas nem em campanha suja”.
“Podemos não ter setas paria cima [na comunicação social], podemos não agradar aos comentadores, podemos não agradar às televisões, mas agradamos à nossa própria consciência, porque chegamos a casa e temos respostas para dar”, afirmou, recebendo uma prolongada ovação da plateia.
Depois, comparou o perfil político executivo de Pedro Marques com o de Paulo Rangel e Nuno Melo.
“Eu não sei se Pedro Marques vai estar dez anos no Parlamento Europeu. Mas há uma coisa que sei: Nem que esteja lá seis meses fará mais do que Rangel e Melo nestes dez anos”, declarou, arrancando nova salva de palmas da plateia.
António Costa defendeu que Pedro Marques “tem obra para apresentar”
António Costa defendeu que Pedro Marques “tem obra para apresentar e não está há dez anos em Bruxelas sem ser capaz de dizer uma única coisa de útil que tenha feito pelo país, por qualquer português ou qualquer empresa em Portugal”.
“É verdade que Pedro Marques está há muitos anos na política”, disse à Agência Lusa, elogiando depois a sua ação enquanto secretário de Estado da Segurança Social entre 2005 e 2011, mas também como ex-ministro do seu Governo.
“Percorreu todo o país, procurou responder àquilo que era a necessidade urgente de relançar obras que estavam paradas e de planear obras que era necessário pôr a andar”, sustentou, num discurso em que considerou que a “Europa está sob ataque” e em que falou igualmente nas consequências negativas do “Brexit”.
Porém, o objetivo central de António Costa destinou-se a diferenciar o PS do PSD no plano político, dizendo que no final de 2015 o cabeça de lista do social-democrata andou a pedir à Comissão Europeia para “impedir a mudança de Governo”.
“Não tivesse Portugal força para lutar junto da Comissão Europeia e tivéssemos a Comissão deixado seguir a voz de Paulo Rangel e, porventura, teríamos possuído muita dificuldade em fazer a mudança política que fizemos – e ainda bem que a fizemos” advogou.
Neste ponto, o secretário-geral do PS advertiu mesmo que, se forem Paulo Rangel e Nuno Melo a representar Portugal na Europa, “aquilo que o país terá é a Europa a querer impor a austeridade”.
“Não queremos mais ser competitivos à custa de baixos salários e de destruição de direitos. Em Portugal não é tudo um mar de rosas, porque há problemas por resolver. Mas há uma coisa que sabemos: Se voltássemos para trás, se revertêssemos o que já conseguimos, se devolvêssemos a governação ao PSD e CDS, então o mar de rosas seria um mar escuro”, acrescentou.
“Percorreu todo o país, procurou responder àquilo que era a necessidade urgente de relançar obras que estavam paradas e de planear obras que era necessário pôr a andar”, sustentou.
(CM)