Portugal continua a reforçar o seu compromisso com a preservação e valorização do património cultural. O Governo anunciou a reclassificação do Mosteiro de São Martinho de Tibães, em Braga, e das Minas Romanas de Tresminas, em Vila Pouca de Aguiar, como Monumentos Nacionais. A decisão foi confirmada na mais recente reunião do Conselho de Ministros.
Esta elevação de estatuto sublinha a importância de ambos os sítios no contexto do património histórico e cultural do país. O decreto-lei aprovado visa não só a reclassificação destes espaços como Monumentos Nacionais, mas também a ampliação das áreas classificadas, reforçando a proteção e preservação.
Mosteiro de São Martinho de Tibães
O Mosteiro de São Martinho de Tibães, um testemunho imponente da arquitetura religiosa, foi fundado no final do século XI e, desde 1944, era considerado Imóvel de Interesse Público. O mosteiro, que se encontra atualmente em fase de recuperação no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), continua a desempenhar um papel central na Paróquia de Mire de Tibães. A sua reclassificação como Monumento Nacional reconhece a sua relevância no património cultural e religioso de Portugal.
Com a extinção das ordens religiosas em 1834, o mosteiro enfrentou anos de abandono e deterioração. No entanto, a intervenção estatal nos anos 80 e 90 permitiu a recuperação gradual do complexo. Hoje, além de funções paroquiais, o mosteiro acolhe uma comunidade religiosa e oferece espaços culturais e de lazer, como a hospedaria e um restaurante, integrando a valência cultural e de acolhimento.
Minas Romanas de Tresminas
As Minas Romanas de Tresminas, em Vila Pouca de Aguiar, são outro exemplo notável da herança histórica de Portugal. Consideradas um dos mais importantes centros de exploração de ouro do Império Romano, estas minas, geridas diretamente pela administração imperial romana, foram exploradas durante mais de 450 anos.
O complexo mineiro preserva um vasto conjunto de galerias subterrâneas e crateras a céu aberto, resultantes da intensa atividade de extração de ouro. Classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1997, o sítio tem sido alvo de iniciativas de preservação e valorização. Em 2012, componentes do sistema de abastecimento de água das minas foram também classificados como Monumento de Interesse Público, reforçando a importância deste património.
Agora, a reclassificação como Monumento Nacional reforça o estatuto das Minas de Tresminas como um dos legados mais bem preservados da mineração romana na Península Ibérica. O município de Vila Pouca de Aguiar pretende, inclusive, candidatar Tresminas a Património Mundial da UNESCO, em associação com o complexo mineiro de Lás Médulas, em Espanha, já classificado desde 1997.
Medidas para a preservação e valorização do património
Na mesma reunião do Conselho de Ministros, foram ainda aprovadas novas medidas relativas à conservação do património cultural. Uma delas define o perfil e a formação dos conservadores-restauradores habilitados para intervir em bens culturais classificados. A medida tem como objetivo garantir que apenas profissionais qualificados possam realizar intervenções de conservação e restauro, assegurando a qualidade e integridade dos trabalhos realizados.
Este conjunto de decisões insere-se num plano mais vasto para a valorização do património cultural em Portugal, incluindo descontos para jovens nos teatros nacionais, a revisão da lei do preço fixo do livro, o reforço do acervo das bibliotecas e o apoio a iniciativas culturais.
A reclassificação do Mosteiro de São Martinho de Tibães e das Minas Romanas de Tresminas como Monumentos Nacionais é mais um passo significativo na preservação e promoção do vasto e diverso património cultural do país, colocando-o num lugar de destaque tanto a nível nacional como internacional.
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