Iniciar uma nova viagem é uma experiência que a maioria das pessoas valoriza e, quando finalmente chega o tão aguardado dia de embarque, muitos de nós não resistem em publicar o momento nas redes sociais. No entanto, há informações que devemos evitar expor publicamente, especialmente um documento em particular que nunca deve ser publicado online. Descubra mais detalhes sobre este tema neste artigo em colaboração com o IOL.
Num artigo da Condé Nast Traveller, o especialista em privacidade Bill Fitzgerald lançou um alerta sobre este tema. O investigador sublinha a necessidade de precaução ao publicar imagens do cartão de embarque nas redes sociais. Esse pequeno bilhete esconde muito mais dados do que os que aparecem impressos à superfície.
Se observar com atenção, verá que todos os cartões de embarque contêm o nome do passageiro, o número do voo, o ponto de partida, o destino e o assento reservado. Além disso, possuem um código de barras, e é precisamente nessas linhas verticais que se encontram informações que não devem ser partilhadas online.
Os dados contidos no código de barras variam de acordo com a companhia aérea, mas geralmente incluem detalhes do passaporte, contactos pessoais e outros dados de identificação. Por isso, é fundamental não publicar este código na internet, pois uma pessoa mal-intencionada pode aceder a essas informações facilmente.
Para que podem servir esses dados? Em muitos casos, podem ser usados para realizar mais ataques cibernéticos contra a pessoa, ou, em cenários mais graves, podem ser a base para roubo de identidade.
Embora esta medida de precaução pareça óbvia, qualquer um pode, inadvertidamente, partilhar dados em excesso nas suas redes sociais. Um exemplo notório ocorreu em março de 2020, quando o primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, publicou no Instagram uma imagem do seu cartão de embarque. Apenas com essa foto, um hacker conseguiu descobrir o número de telefone e de passaporte de Abbott. Felizmente, os dados não foram explorados, e o hacker alertou a equipa do primeiro-ministro sobre a falha de segurança, de acordo com o gestor de segurança Mark Sacrano, da empresa de cibersegurança Cobalt.
Além de evitar divulgar o código de barras online, Fitzgerald recomenda também que se tenha cuidado ao descartar o cartão de embarque físico. Deve rasgar-se o bilhete em pequenos pedaços antes de o deitar fora.
Será que a versão digital do cartão de embarque é mais segura?
Hoje em dia, o check-in online tornou-se praticamente obrigatório, e muitas vezes nem é necessário imprimir o cartão de embarque, bastando a versão digital. No entanto, esta digitalização não garante maior segurança — na verdade, pode até aumentar os riscos.
Fitzgerald alerta que as aplicações das companhias aéreas costumam ter falhas graves de segurança, permitindo a monitorização da localização dos utilizadores. Para aqueles que preferem o cartão de embarque digital, o especialista sugere fazer uma captura de ecrã do código QR e guardá-la na galeria de fotos do telemóvel, evitando assim o uso contínuo das aplicações.
No fim, a recomendação é simples: trate o cartão de embarque com o mesmo cuidado que dedica ao seu cartão de cidadão ou passaporte, já que contém informações confidenciais que não devem ser expostas publicamente.
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