Portugal, país de rico património cultural e histórico, é todos os anos destino inevitável para muitos estrangeiros, que desembarcam nos nossos aeroportos e cais ferroviários com o desejo de ver o melhor que o nosso país tem para mostrar. Frequentemente vemos as nossas praias e os nossos monumentos representativos da nossa gloriosa história a ser mencionados internacionalmente. Neste caso, foi a revista Travel + Leisure a dar ênfase a um palácio português, por todos já conhecido, colocando-o na 3.ª posição de um ranking que contempla os lugares mais bonitos da Europa, revela o Notícias ao Minuto.
O Palácio Nacional da Pena ergue-se majestosamente como uma joia sagrada que coroa a Serra de Sintra, irradiando um misticismo que parece brotar das suas cores vibrantes e do parque envolvente. Este último, em perfeita sintonia com o caráter encantado do palácio, desperta sentimentos de mistério e descoberta, convidando o visitante a perder-se nos seus recantos de sonho.
Os tons vivos que adornam o palácio, expoente supremo do Romantismo em Portugal e obra eterna do Rei-Artista, D. Fernando II, abrem portas à imaginação de todos os que ali chegam. O parque circundante, com os seus infinitos matizes de verde, cria um cenário idílico, frequentemente envolto no característico nevoeiro da serra de Sintra. Este lugar, que parece ter saído das páginas de um conto de fadas, continua a encantar gerações, deixando em cada visitante uma marca indelével de deslumbramento.
A história deste sítio mágico remonta ao século XII, quando aqui se erguia uma capela dedicada à Nossa Senhora da Pena. No mesmo local, D. Manuel I mandou construir o Real Mosteiro de Nossa Senhora da Pena, que foi entregue à Ordem de São Jerónimo.
O terramoto de 1755 que devastou Lisboa deixou o mosteiro em ruínas. Apesar de muito degradado, o edifício continuou a ser utilizado pelos monges até 1834, ano da extinção das ordens religiosas em Portugal, quando foi definitivamente abandonado. No entanto, o Parque da Pena ainda guarda vestígios dessa época, como a Gruta do Monge, onde os religiosos praticavam o recolhimento e a meditação.
A segunda fase da história da Pena com a Família Real é marcada pela presença de D. Carlos I (1863-1908) e da rainha D. Amélia de Orleães (1865-1951). Estes monarcas utilizaram o palácio como residência de verão, dividindo o seu tempo entre Sintra e a Cidadela de Cascais. O seu filho, D. Manuel II, também passaria largas temporadas neste palácio, mantendo os seus antigos aposentos de infante no piso nobre do Torreão, enquanto utilizava os antigos quartos do pai no piso inferior do claustro para funções oficiais.
Classificado como Monumento Nacional em 1910, o Palácio da Pena é o coração da Paisagem Cultural de Sintra, que desde 1995 integra a lista do Património Mundial da Humanidade da UNESCO.
Em 2000, a administração do Parque da Pena passou para a responsabilidade da Parques de Sintra, que em 2007 assumiu também a gestão do palácio. Em 2013, o Palácio Nacional da Pena foi integrado na Rede de Residências Reais Europeias.
Ao longo dos anos, a Parques de Sintra tem realizado um trabalho incansável de conservação, restauro e valorização do vasto património que o Parque e Palácio da Pena encerram. Destaca-se, entre os muitos projetos, a reconstrução do Chalet da Condessa d’Edla – galardoado em 2013 com o Prémio União Europeia para o Património Cultural – Europa Nostra, na categoria de Conservação – e o restauro integral do Salão Nobre do Palácio da Pena.
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