Foram chegando espaçados, poucos de cada vez, entre dezembro de 2019 e março de 2021, mas são já exatamente 100 os marroquinos que desembarcaram de forma clandestina na costa algarvia em busca de uma porta para a Europa.
De acordo com dados fornecidos ao Expresso pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), quase metade conseguiu transpô-la, de forma ilegal: 46 destes migrantes estão atualmente registados com “paradeiro desconhecido”, sendo muito provável que tenham abandonado Portugal para se instalarem noutro país do espaço Schengen.
Pela listagem cedida sobre os vários desembarques, é possível perceber que, por exemplo, dos 19 marroquinos que chegaram nos dois primeiros barcos, avistados na praia de Monte Gordo e na Barra da Armona, a 11 de dezembro de 2019 e a 29 de janeiro de 2020 respetivamente, apenas dois migrantes permanecem em Portugal.
No verão seguinte, desapareceu também a quase totalidade dos 21 tripulantes da embarcação que atracou na ilha do Farol: restam 5.
Última chegada sugere nova rota a partir da costa mediterrânica.
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Portugal acolhe mais 22 refugiados menores não acompanhados
Portugal recebe este sábado um grupo de 22 menores não acompanhados, provenientes dos campos de refugiados da Grécia, sendo a maioria naturais do Afeganistão, Paquistão, Bangladeche e Gâmbia. O acolhimento será feito nas regiões do Norte e Lisboa.
Estas crianças e jovens não acompanhadas – com idades a partir dos 14 anos – serão recebidas ao abrigo do Programa de Recolocação Voluntária. Serão acolhidas em Unidades de Acolhimento Especializado de caráter temporário, seguindo-se encaminhamento para respostas adequadas às suas expetativas e projetos de vida individuais.
“Reconhecendo a especial vulnerabilidade dos menores não acompanhados, o Governo português respondeu ao apelo do governo grego e da Comissão Europeia em março de 2020 para a recolocação dos cerca de 5.500 menores que se encontravam no país. Com a chegada destes 22 menores, encontram-se já 100 menores no país. De acordo com os dados de Bruxelas, deste mês de maio, Portugal é o 4.º Estado-membro que mais menores não acompanhados acolheu, a seguir a França, Alemanha e Finlândia”, refere uma nota conjunta dos gabinetes da Ministra de Estado e da Presidência e do Ministro da Administração Interna.
“A integração e o acolhimento de pessoas refugiadas têm sido uma prioridade do Governo, num esforço contínuo que envolve o Estado central, as autarquias locais e as organizações da sociedade civil. Esta ação concertada tem sido reconhecida pela Organização das Nações Unidas, incluindo a Agência das Nações Unidas para as Migrações – a Organização Internacional para as Migrações –, pela União Europeia e pelo Conselho da Europa”.
No âmbito do Programa de Reinstalação do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Portugal recebeu já 724 pessoas vindas do Egito e da Turquia e com diferentes nacionalidades (da Síria, Iraque, Etiópia, Sudão, Sudão do Sul, Eritreia e Somália).
“Portugal tem também dado resposta positiva a todas as situações de emergência que decorrem de resgates no mar, tendo acolhido já 234 resgatados no Mediterrâneo ao longo dos últimos anos. E foi o 6.º país europeu que mais refugiados acolheu ao abrigo do Programa de Recolocação da UE, recebendo 1.550 refugiados vindos da Grécia (1.190) e Itália (360) entre dezembro de 2015 e abril de 2018 – os quais foram acolhidos por 97 municípios”, diz ainda a nota.
Ao abrigo do Acordo Administrativo assinado entre o Ministério da Administração Interna de Portugal e o Ministério da Migração e do Asilo grego, que prevê a transferência de 100 beneficiários/requerentes de proteção internacional numa fase piloto, também já chegou uma família de 3 elementos.
Portugal recebeu igualmente 142 requerentes de asilo ao abrigo do acordo entre a UE e a Turquia, entre junho de 2016 e dezembro de 2017.
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