O Governo justificou a não admissão de novos alunos na Escola de Hotelaria e Turismo de Vila Real de Santo António com a redução da procura, mas assegurou que a oferta formativa foi assegurada noutras escolas, como a de Faro.
Numa resposta à Lusa, a Secretaria de Estado do Turismo explicou que, “anualmente, o Turismo de Portugal define o mapa de oferta formativa a ministrar na rede de Escolas de Hotelaria e Turismo”, que estão “organizadas por agrupamentos escolares”, através de critérios como a racionalização da oferta, a duplicação de formação nas regiões, as necessidades do mercado ou a análise da evolução da procura dos cursos.
“No caso da Escola de Vila Real de Santo António, houve uma redução de oferta porque se assiste a uma redução progressiva da procura ao longo dos últimos anos lectivos. A procura tem sido inferior ao número de vagas disponíveis, havendo actualmente turmas com menos de oito alunos, o que pode comprometer a viabilidade e a qualidade técnico-pedagógica da formação prestada”, justificou a Secretaria de Estado do Turismo.
PCP questiona Governo sobre futuro da unidade de formação profissional
A não admissão de novos alunos por parte da Escola de Hotelaria de Vila Real de Santo António no presente ano lectivo esteve na base de uma pergunta que o PCP apresentou na Assembleia da República a questionar o Governo sobre o futuro dessa unidade de formação profissional, que no presente ano lectivo só contou com cerca de 50 alunos dos 2.º e 3.º anos.
O PCP mostrou-se preocupado com a possibilidade de a não entrada de novos alunos corporizar uma intenção do Governo de, a prazo, encerrar a escola em Vila Real de Santo António e questionou o Ministério da Economia sobre os motivos de não ter sido autorizada a admissão de mais estudantes no presente ano lectivo.
Na sequência da pergunta apresentada pelo PCP no parlamento, a Lusa questionou a tutela sobre o assunto e, numa resposta escrita, a Secretaria de Estado do Turismo respondeu que “o Algarve tem actualmente três escolas [Faro, Vila Real de Santo António e Portimão] a funcionar e a oferta das mesmas tem sido adaptada à procura, razão pela qual a escola de Faro viu a sua oferta aumentar”.
“No âmbito da revisão do modelo de gestão e organização das escolas, o Governo não fez, nem está a fazer, uma análise individual de cada escola com vista ao seu encerramento”, referiu o Governo, que não respondeu sobre quantas escolas e quais estão, a nível nacional, na mesma situação que a de Vila Real de Santo António.
O Governo adiantou estar “a trabalhar, em conjunto com o Turismo de Portugal, numa revisão do modelo de gestão e organização das escolas, com o objectivo de torná-las mais rentáveis (num caminho para a autossustentabilidade) e reposicioná-las no panorama do ensino, tornando-as mais competitivas, racionalizando a sua estrutura, optimizando e adequando os seus recursos, aumentando a qualidade da formação e aproximando-as do mundo empresarial”.
(Agência Lusa)