Que atividades tem a União de Freguesias de Moncarapacho e Fuseta atualmente em curso?
Apesar de não termos chegado a acordo com a Câmara Municipal de Olhão em relação à delegação de competências, a nossa freguesia não pára e temos sempre muito trabalho por efetuar, como o arranjo dos caminhos rurais, pequenas reparações no património histórico da nossa freguesia, entre outros. Além disto, também disponibilizamos diversos serviços à população da nossa freguesia, como na área da saúde, com serviços gratuitos de enfermagem, tanto em Moncarapacho como na Fuseta, e, desde o final de 2019, também com um médico, com consultas às segundas e sextas-feiras nas instalações da antiga Junta de Freguesia de Moncarapacho.
O Carnaval de Moncarapacho é o mais antigo do Algarve
Em termos desportivos e culturais, continuaremos a apoiar as instituições, associações e coletividades da nossa freguesia e, tal como nos outros anos, iremos disponibilizar um vasto programa, em que destaco o Carnaval de Moncarapacho – o mais antigo do Algarve e que em 2020 comemora 121 anos – que além dos tradicionais desfiles em fevereiro, também sairá à rua na noite do dia 1 de agosto para o “Carnaval de Verão”, que de ano para ano tem crescido imenso. Integrado ainda nas Festas de Verão, comemoramos os Santos Populares com a população da nossa freguesia, temos o MonJazz – Festival de Jazz de Moncarapacho; “A Grande Noite do Fado”; o Festival Internacional de Folclore do Rancho Folclórico de Moncarapacho.
Renovámos também o protocolo com a Orquestra Clássica do Sul, que prevê a realização de três concertos: um em Moncarapacho, na Páscoa, e dois na Fuseta, em agosto e no Natal.
Fuseta viveu um dia histórico na passagem de ano
No passado dia 31 de dezembro organizámos, com sucesso reconhecido publicamente, a passagem de ano na Fuseta. Estiveram cerca de dez mil pessoas na Zona Ribeirinha da nossa vila piscatória, que viveu um dia histórico, pois foi a primeira vez que se realizou uma Passagem de Ano pública, ainda por cima com a atuação da banda Íris, do carismático Domingos Caetano e do DJ Mike Vieira, ambos naturais da Fuseta, e com um magnífico fogo-de-artifício lançado na Praia dos Tesos, que iluminou a nossa linda Ria Formosa. Deixo a promessa que enquanto este executivo liderar a União de Freguesias, a passagem de ano na Fuseta irá sempre realizar-se.
Em termos de orçamento, quais são as prioridades?
Fizemos um orçamento equilibrado, em que destaco várias intervenções
que estamos apostados em fazer ou pelo menos começar a fazer: continuar com a requalificação do Parque de Campismo da Fuseta; esperar pela aprovação do projeto da cobertura do Cinema Topázio, que quando havia dinheiro através do Programa da CCDR referente a comparticipação de equipamentos urbanos de utilização coletiva não existiu vontade por parte do Executivo da antiga Junta de Freguesia da Fuseta em fazê-lo, tendo esta União de Freguesias efetuado uma candidatura a esses fundos em 2016, mas que agora com as cativações tem sido adiado o apoio e em 2020 vamos efetuar a quarta renovação. Vamos lá ver se é agora…
União de Freguesias vai ampliar o Cemitério da Fuseta
A ampliação do Cemitério da Fuseta também merece ser destacada, dado ser uma obra que também ficou “esquecida” pelos anteriores executivos da antiga Junta de Freguesia da Fuseta: já temos projeto, que está na secção de obras da Câmara Municipal de Olhão à espera de ser aprovado. Continuaremos a investir no Pavilhão de Eventos, em Moncarapacho, dotando-o de condições para os inúmeros eventos que acolhe durante todo o ano. Depois do investimento feito na cozinha, tencionamos acabar o forro interior – que começámos a fazer no final de 2019 – e tentar arranjar uma solução para a melhoria da acústica deste espaço de excelência, que a União de Freguesias dispõe. Neste orçamento também temos cabimentado um forte apoio à Casa do Povo do Concelho de Olhão, destinado à edificação do CAO, um Centro de Atividades Ocupacionais, destinado ao acolhimento de jovens e adultos com problemas mentais profundos.
Qual o maior problema com que a União de Freguesias de Moncarapacho e Fuseta se debate?
É o estado caótico em que se encontram as estradas municipais que atravessam o nosso território. Exemplo disso é a EM 514, que faz a ligação do Pereiro a São Brás de Alportel e que tem sido recorrente em acidentes, devido ao mau estado do piso, principalmente se estiver molhado, dado não ter nenhuma aderência, como aconteceu no dia 18 de dezembro do ano passado, em que houve seis acidentes, quase todos com capotamento. E a Câmara Municipal de Olhão, a entidade responsável pela sua manutenção, tem tido uma atitude inerte para a resolução do problema: em março de 2016, quando confrontado com a situação pela SIC Notícias depois de mais um dia com vários acidentes, o seu presidente, Sr. António Pina, afirmou que em 2017 o problema estaria resolvido. Estamos em 2020 e tudo continua igual.
“A estrada da Jordana, é, talvez a mais esburacada do concelho”
Outra via que deveria merecer mais atenção por parte da Câmara Municipal de Olhão é o CM 1313 – Estrada da Jordana -, que é, talvez, a mais esburacada do concelho. Mas para o Sr. Presidente António Pina, essa estrada passa ao lado, porque, segundo palavras suas, “não serve muitos habitantes do concelho”. Esta afirmação é grave, dado que discrimina parte da população, que injustiçada já manifestou publicamente esse desagrado, numa Assembleia Municipal que se realizou em Moncarapacho em 2018. Entre outras, a ligação entre a EN 125, junto à antiga Macoter e que passa pela antiga Escola Primária de Bias, e Moncarapacho (CM 1329 e 1330), também está bastante degradada.
Que outros problemas necessitam de intervenção?
O lixo e a limpeza. Por muito que se divulgue o programa “Olhão Lixo Zero”, sem vontade política para introduzirem sanções para os prevaricadores, nunca irá funcionar. Além da falta de civismo, também seria necessário a Câmara Municipal de Olhão investir mais e melhor na recolha do lixo, com passagens mais assíduas e meios mais adequados. Considero ainda que para a realização de um bom serviço também será necessário motivar os funcionários da Ambiolhão.
Como classifica a relação entre a União de Freguesias de Moncarapacho e Fuseta e a Câmara Municipal de Olhão?
Presentemente é péssima e acredito que até ao final de 2021 não terá melhoras, tendo mesmo tendência para piorar…
O PSD acusa a Câmara Municipal de Olhão de discriminar a União
de Freguesias de Moncarapacho e Fuseta?
O PSD, partido em que sou filiado, e toda a população minimamente atenta, sabe o que se está a passar. A discriminação é gritante em relação às outras freguesias do concelho de Olhão e visível até em pequenas coisas, como, por exemplo, nos cartazes de Natal que a Câmara Municipal de Olhão colocou nas freguesias: em todos associou o nome delas e nos que foram colocados em Moncarapacho e na Fuseta omitiu o nome da nossa freguesia. Isso foi uma atitude discriminatória para com a população da nossa freguesia. Isto aconteceu numa situação simples, imaginem agora quando toca a outras decisões com reflexo na qualidade de vida dos nossos cidadãos. Outra atitude discriminatória aconteceu aquando das negociações – que não as houve – para a transferência de competências para as freguesias, com a Câmara Municipal de Olhão a propor 38.500 euros para esta União de Freguesias, referentes a 60.836 m2 de áreas verdes, o que dá 0.63 euros/m2, tendo acordado com 160.000 euros para a Freguesias de Quelfes, relativos a 120.000 m2, ou seja 1.33 euros/m2, e 36.000 euros para a Freguesia de Pechão, em que os m2 das áreas verdes são “segredo de estado”, não foram divulgados, mas que em área territorial é quatro vezes menor que esta União de Freguesias de Moncarapacho e Fuseta. A Freguesia de Olhão, por ser urbana e estando localizada na cidade, declinou receber esta transferência, dado o Município efetuar diretamente esse serviço. Nestes factos indesmentíveis, é visível a falta de espírito democrático do Sr.o. Presidente da Câmara Municipal de Olhão, que à falta de uma explicação mais convincente, afirma que os m2 das outras freguesias “têm mais flores e arbustos que nos m2 existentes na União de Freguesias de Moncarapacho e Fuseta”. Uma afirmação bastante cómica, sem dúvida, para mais sendo o Sr. Presidente da Câmara Municipal de Olhão eleito recentemente líder da AMAL (Comunidade Intermunicipal do Algarve), com o propósito de afirmar-se como presidente de todos os algarvios’. Mas, com esta atitude, nem consegue ser presidente de todos os olhanenses…
Qual o balanço que faz do trabalho do executivo neste mandato e meio?
Contra tudo e contra todos, temos lutado pelos interesses da população de toda a freguesia, mesmo os que não votaram neste executivo, porque é assim que funciona o espírito democrático. Até agora o balanço tem sido positivo naquilo que depende de nós.
As obras referentes a candidaturas do Portugal 2020 foram concluídas
Neste mandato concluímos as obras referentes a candidaturas apresentadas no âmbito do Portugal 2020, nomeadamente as referentes à modernização administrativa, que renovou o material informático nos nosso balcões de atendimento e disponibilizou zonas de wifi gratuito em Moncarapacho e na Fuseta e a colocação de mupis informativos, também nas duas localidades. Concluímos também duas candidaturas ao Programa Mar 2020, destinadas à renovação das condições do Porto de Pesca da Fuseta, à colocação de mais 11 casas de apoio a pescadores e de um carro de alagem numa rampa, para pequenas reparações das embarcações, em seco.
Está a pensar candidatar-se a um próximo mandato?
Já tinha confidenciado a muita gente que não ia ser candidato, mas devido aos últimos acontecimentos entre a União de Freguesias de Moncarapacho e Fuseta e a Câmara Municipal de Olhão, mudei de opinião, serei candidato e estarei pronto e preparado para a luta…
Diz-se que poderá ser no futuro, candidato à Câmara Municipal de Olhão. O que nos pode dizer sobre este assunto?
Suponho que uma das razões para a perseguição que a Câmara Municipal de Olhão está a fazer a esta União de Freguesias é por causa desse “boato”. Até agora, nunca pensei nessa possibilidade e acredito que no futuro também não o irei fazer.
Quais têm sido os principais desafios?
Remar contra a inércia e o “deixar andar” que está enraizado em muitos dos eleitos neste concelho, além de lutar para conseguir o melhor para a população desta grande freguesia, que, em área territorial, ocupa 57% do concelho de Olhão, ou seja, é mais de metade.
Há problemas sociais na União de Freguesias de Moncarapacho e Fuseta?
Bastantes, por isso, esses problemas fazem parte das nossas prioridades. Como já afirmei anteriormente, sempre que solicitados ou informados por terceiros, temos ajudado algumas pessoas com ações que visam melhorar a sua qualidade de vida. Já tratámos de situações burocráticas para habitantes da nossa freguesia que estavam em cadeira de rodas terem uma cadeira elétrica e, entre outras ações, no Natal oferecemos um cabaz a 400 famílias carenciadas da freguesia, para que tenham uma quadra festiva mais condigna.
Em que áreas vão apostar em 2020?
Nenhuma em particular. Estaremos atentos e atuantes em todas as áreas que são da nossa competência e que tenham necessidade de intervenção
ou atenção.
Que perspetivas futuras tem para a União de Freguesias de Moncarapacho e Fuseta?
As perspetivas futuras para esta grande freguesia do Algarve estão dependentes da promessa do Partido Socialista, em relação à desagregação das freguesias. Sabemos que quando lhes interessa, o assunto volta ao espaço mediático e quando não lhes interessa é atirado para o lado pelo Governo. E subsistem várias situações que estão dependentes desta condição e que condicionam- e muito – todo o futuro imediato, pelo menos enquanto isto não estiver bem clarificado.
(Stefanie Palma / Henrique Dias Freire)