O consórcio ENI / GALP pediu à Direcção-geral dos Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM), licença (título de utilização privativa do espaço marítimo (TUPEM)) para a prospecção de hidrocarbonetos no deep offshore (águas profundas) da Bacia do Alentejo, numa localização ao largo de Aljezur.
A atribuição do título encontra-se em discussão pública até 22 de Junho, segundo a DGRM, podendo as oposições ao pedido serem feitas por escrito para esta entidade pública.
Como resulta do mapa disponibilizado pela DGRM, a prospecção é feita ao largo de Aljezur em zona de águas profundas, a cerca de 46,5 quilómetros relativamente ao ponto mais próximo do litoral continental de Portugal, a uma profundldade aproxlmada de 1.070 metros, na Zona Económica Excluslva (ZEE), sendo as operações realizadas com apoio a partir do Porto de Sines que se locallza a cerca de 88 quilómetros do local.
Saipem 12000, um gigante da prefuração em águas profundas
Para os trabalhos o consórcio ENI / Galp traz para a costa ao largo de Aljezur um gigante dos mares, o Saipem 12000, desenhado pela Samsung e construído pela Samsung Heavy Industries, lançado ao mar em 2010, com pavilhão das Bahamas e propriedade da Saipem Portugal Comércio Maritimo, Lda.
Trata-se de um navio de perfuração que é um hércules com 228 metros de extensão e 96 mil toneladas de deslocamento (massa de água deslocada com o movimento do navio) e com capacidade para alojar 200 tripulantes.
Quanto a capacidade de operação, o Saipem 12000 pode operar em águas até cerca de 3.600 metros de profundidade e realizar perfurações até cerca de 10.600 metros.
Câmara de Aljezur promete oposição veemente
A Câmara de Aljezur, liderada por José Amarelinho afirma que “consequentes desde a primeira hora, apresentaremos as mais veementes objeções e frontal oposição ao mesmo, no período de consulta pública que se segue”.
A autarquia recorda que “não aceitamos que a vontade do Estado Português se sobreponha e imponha à vontade popular, municipal e regional!”
E sublinha que “a equipa de advogados da AMAL, que já realizou uma sessão de trabalho com a PALP e ASMAA, trabalha desde já neste processo”.
“Por um Algarve livre de hidrocarbonetos, nunca baixaremos os braços e lutaremos! Sempre!”, remata a autarquia.