Os encarregados da E.B. 2,3 D. Paio Peres Correia, do Agrupamento de Escolas Dr. Jorge Augusto Correia, em Tavira, estão a ficar com os nervos em franja neste arranque de ano lectivo, devido à falta de funcionários não-docentes neste estabelecimento de ensino.
“A escola está com falta de assistentes operacionais para colmatar as necessidades dos alunos”, disse ao POSTAL Paulo Mateus, encarregado de educação de um dos alunos da E.B. 2,3 D. Paio Peres Correia.
“Necessitávamos de mais seis funcionários do que aqueles que actualmente nos atribuem, que são 18 para 500 alunos. É a vigilância e a segurança dos alunos que estão em causa, bem como o bom funcionamento dos serviços que, com este número de pessoal, vão funcionar a meio-gás”, lamentou o encarregado.
Paulo Mateus garante que o agrupamento já entrou em contacto com a Direcção Regional de Educação (DRE) e que a entidade “alega estar a reger-se pelas contas do rácio entre o número de funcionários e de alunos da escola e que, pelas contas da DRE, até há três funcionários a mais”.
Os encarregados de educação, de forma a tentar encontrar uma solução para o problema, reuniram-se no passado dia 13 na Biblioteca Municipal de Tavira onde ficou acordado o envio de um comunicado endereçado aos vários grupos parlamentares, à Federação Nacional dos Professores (FENPROF) e à Inspecção Geral da Educação e Ciência de forma a criar impacto sobre este assunto, que já se prolonga desde finais de Junho.
Número de operacionais assegura apenas as condições mínimas de funcionamento
Contactada pelo POSTAL, a Câmara de Tavira demonstrou-se preocupada com esta situação, apesar de já não ser um assunto que faça parte das suas competências.
“Estamos solidários com a preocupação destes pais, mas é um assunto que cabe à Direcção Regional de Educação do Algarve resolver. A Câmara de Tavira tem a responsabilidade dos funcionários não-docentes do pré-escolar e do primeiro ciclo e essas necessidades de pessoal estão salvaguardadas, o problema agora começa mesmo nos alunos do 5º ano”, afirmou o presidente da Câmara Jorge Botelho.
Fonte do gabinete do Ministério da Educação garantiu ao POSTAL que “o rácio de assistentes operacionais por aluno está a ser integralmente cumprido e que estão reunidas condições, nesta matéria, para um arranque de ano lectivo em segurança e tranquilidade”.
A verdade é que os encarregados de educação e a direcção da escola garantem que o número de operacionais assegura apenas as condições mínimas de funcionamento. “A escola está no limite”, garantem os pais. “Hão-de existir situações em que os funcionários terão de encerrar portarias, o bar, ou até mesmo a cozinha para poder assistir os alunos”, acrescentam.
Em reunião para tentar resolver o assunto, os encarregados de educação prometeram “continuar a insistir para a colocação de mais assistentes operacionais”, ainda que a DRE lhes garanta que não vai realizar novas contratações.