O secretário-geral do PS, António Costa, considerou na quinta-feira que, mesmo não tendo ainda avançado a regionalização, foi dado um “passo enorme” para as regiões poderem elaborar os seus planos operacionais sem ser “às ordens de Lisboa”.
“É verdade que ainda não temos a regionalização, mas nós demos um passo enorme ao regionalizar a elaboração dos planos operacionais regionais”, declarou, sublinhando que, agora, as regiões passam a elaborar os seus planos para a próxima geração de fundos comunitários sem ser “às ordens de Lisboa e do Governo”.
O secretário-geral do PS falava no largo da Pontinha, no centro da capital algarvia, durante a apresentação da candidatura do cabeça de lista do partido à Câmara de Faro, João Marques, nas próximas eleições autárquicas de 26 de setembro.
Lembrando que, desde o ano passado, os dirigentes das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) passaram a ser eleitos pelos autarcas, António Costa aproveitou para salientar que as verbas previstas no próximo Plano Operacional (PO) do Algarve representam “mais do dobro” do que as contidas no atual.
“Nas negociações que tivemos o ano passado, naqueles cinco dias e quatro noites muito duras de negociação na Europa (…), foi possível obter para o Algarve um reforço extraordinário que vai fazer com que o próximo plano operacional não tenha 318 milhões de euros, mas tenha 770 milhões de euros, mais do dobro do que teve nestes últimos sete anos”, referiu.
Segundo António Costa, esta duplicação das verbas reflete “o quanto é importante para o país a atividade do turismo, motor de muitas outras fileiras da economia”, como a construção, a indústria de mobiliário, vidreira ou a produção agroalimentar, exemplificou.
“Tenho sempre pena de não passar mais de 15 dias de férias no Algarve. Mas o Algarve não pode viver dos 15 dias de férias dos turistas”
Notando que o Algarve foi uma das regiões mais atingidas pela crise provocada pela pandemia de covid-19, por depender muito do turismo, o secretário-geral do PS reafirmou a necessidade de a região diversificar a sua base económica.
“Gosto muito de passar 15 dias e tenho sempre pena de não passar mais de 15 dias de férias no Algarve. Mas o Algarve não pode viver dos 15 dias de férias dos turistas, do mês de férias dos turistas, ou da semana de férias dos turistas”, defendeu.
Por isso, prosseguiu, é preciso “aprender a lição e investir e apostar na diversificação da base económica do Algarve”, o que não significa “ter menos turismo”, mas sim “ter mais economia para além do turismo”, argumentou.
O PS detém atualmente 10 das 16 autarquias do distrito de Faro, contra cinco do PSD e uma da CDU.
O PSD conquistou em 2009 a Câmara de Faro ao PS, primeiro com Macário Correia e depois com Rogério Bacalhau, que se recandidata a um terceiro e último mandato.
Além de João Marques e de Rogério Bacalhau, concorrem à Câmara de Faro os estreantes Catarina Marques (CDU), Custódio Guerreiro (Chega), Elza Cunha (PAN) e Aníbal Coutinho (BE).