Caros leitores,
Numa Região Turística como a nossa, faz todo o sentido em apostar na diversidade e nos produtos que nos podem trazer valor acrescentado.
Todos sabemos quanto é difícil manter uma região como o Algarve aberta todo o ano, com a dinâmica e o protagonismo que tem, pelo menos 8 meses por ano, e falo obviamente entre Março e Outubro.
Fazendo as contas, como alguém dizia, faltam 4 meses que são os mais difíceis de vender, quer nos mercados tradicionais quer nos emergentes.
Aqui, o grande desafio que se coloca aos empresários e investidores, é estar ou não, aberto de Novembro a Fevereiro.
Daí, termos gente que arregaça as mangas e outros que não querem fazer esse esforço.
Nos últimos anos tem sido evidente o esforço de muita gente para estarem abertos até ao meio de Novembro, e abrirem logo no início de Março, ou seja, vão reduzindo o tempo de encerramento permitindo com isso maior oferta, e alguma excelente.
Sabemos que é uma grande luta, mas uma região como o Algarve só se afirma como um todo se cada um fizer uma parte desse esforço colectivo.
Todos sabemos, que os que fecham totalmente nesses períodos já estão formatados para isso, e não é nada fácil mudar as mentalidades.
Uma das formas para se modificar este estado de coisas passa muito por questões e decisões políticas, que deviam ter em conta, o esforço daqueles que não fecham os estabelecimentos, dando mais benefícios de modo a valorizar essa atitude e essa postura.
Por outro lado, era aproveitar esses meses para manter os postos de trabalho e dar a formação necessária e adaptada a cada serviço, de modo a melhorar o serviço prestado aos clientes.
Sim, porque agora e no futuro, a prestação de serviços qualificados e com formação, fará toda a diferença.
Este arregaçar as mangas por parte dos empresários deve ser acompanhada, pelas autarquias e em particular pelo governo, com planos objectivos de formação e de incentivos financeiros, ou então redução de impostos para aqueles que apostem em manter o seu negócio aberto todo o Ano.
Mas, voltando à diversidade da oferta, quero hoje dar uma nota para uma oferta cada vez mas evidenciada e de sucesso no Algarve.
Falo obviamente de Gastronomia, da Doçaria e dos Vinhos do Algarve.
Quer o Congresso das Confrarias Gastronómicas que se realizou recentemente em Albufeira, quer as nomeações dos Restaurantes com estrelas Michelin, que vieram confirmar essa oferta de qualidade.
São ambas instituições de referência nestas áreas, e vieram reforçar a importância destas ofertas, para quem nos visita mas também para quem cá vive.
É verdade que temos restaurantes de topo, mas também, temos excelência em outro tipo de restauração, e até em tascas que não tendo estrelas nos orgulham nas ofertas que nos apresentam, e no esforço que fazem para apresentar o melhor que o Mar e a Terra nos dão. Onde o genuíno e o autêntico vem ao de cima, fazendo com que os sabores e cheiros nos transportem às raízes dos nossos antepassados, e com isso nos deliciam e nos convidam a repetir as visitas.
Algumas dessas casas são autênticas catedrais da nossa gastronomia.
E que dizer dos vinhos do Algarve, que nos últimos anos deram a volta por cima, com uma qualidade surpreendente, através do grande esforço dos produtores e dos enólogos, que com isso já nos fazem pedir vinhos do Algarve nas nossas refeições, pedidos esses sem medos, sem receios e sem vergonha.
É com orgulho, que já podemos e devemos consumir vinho do Algarve, e dessa forma ajudarmos a quem tanto trabalha para essa qualidade.
Ora, se somos conhecidos pelas praias e pelo verão, em especial, aqui temos uma oferta que se estende pelo ano inteiro, e não apenas por 7 ou 8 meses mais fortes.
Agora é tirar partido da qualidade desta oferta, que é transversal à região.
Litoral, Barrocal e Serra, cada um à sua maneira oferecem produtos de muita qualidade.
Importante promover e divulgar!
O importante é ajudar a economia a crescer, com mais e melhor emprego, e com mais formação e qualificação.
Que as entidades olhem para este filão e criem as condições necessárias e com apoios adequados a cada caso.
Pensem nisso!
O Algarve agradece!