O cantor quarteirense Dino D’Santiago respondeu a algumas questões de Ana Galvão e de Inês Lopes Gonçalves na Renascença no segmento “Desculpa, mas vais ter de perguntar”. As questões são feitas de forma humorística ao cantor que respondeu em tom sério à maior parte delas.
Inês Lopes Gonçalves começou: “Dino, infelizmente, há ainda pessoas que apreciam dizer coisas como ‘vai para a tua terra’. No teu caso isso entristece-te duplamente porque implicava teres de ir para Quarteira?”. Dino respondeu que Quarteira continua a ser a sua casa, mas “houve um período em que senti vergonha de ser quarteirense. Foi quando o Chega ficou em segundo lugar nas eleições presidenciais”.
A segunda pergunta foi feita por Ana Galvão: “Dino, depois da proposta que fizeste para mudar o Hino de Portugal o que é que vais querer propor a seguir? Mudar a letra do ‘Parabéns a você’?”. O cantor diz nunca ter proposto mudar o Hino de Portugal, mas sim propor uma reflexão e uma contextualização.
“As pessoas não sabem sequer o que quer dizer ‘egrégios’. Depois, num mundo em queres paz continuas a declamar armas e canhões. Se já se mudou a bandeira tantas vezes e se outros países que tinham hinos machistas e que tocavam na parte da escravatura mudaram, foi um refletir: será que ainda faz sentido armas e canhões? Se calhar não e hoje em dia como eu penso que quem estava do outro lado eram corpos negros e discutia-se ali um mapa cor-de-rosa, já não se discute esse mapa cor-de-rosa. Acho que tenho o direito de pensar como penso e as pessoas de discordar. É isso democracia: discordar em concordar”, explicou.
Questionado sobre o facto de Madonna ter recentemente cantado o tema “Sodade” de Cesária Évora, Inês Lopes Gonçalves questionou: “A quem queres pedir desculpa primeiro? Aos portugueses ou à Cesária Évora?”.
Dino D’Santiago respondeu, “à Cesária Évora porque os portugueses nunca a valorizaram como ela merecia. Tiveram de ser os franceses a olhar para ela e teve de ser uma Madonna a pegar na história da vida da Cesária Évora e a vestir-se, a querer fazer um álbum inteiro. Ouviu-me a cantar Cesária Évora e era a única coisa que tínhamos em comum. Acho que a Cesária morreu uma pessoa infeliz e merecia ser mais aclamada, mas foram os franceses a torná-la na diva dos pés descalços”.
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