Centenas de pessoas assistiram, na manhã desta segunda-feira, ao já habitual Banho Santo do dia 29 de Agosto, que invade anualmente a praia da Manta Rota.
Este era o dia em que as gentes da serra algarvia se deslocavam até à praia para tomar um banho de que se acreditava ser “santo” e capaz de curar todos os males. “Há muitos anos, os serrenhos vinham nos animais de tracção, que traziam comida nos alforges, passavam três dias para dar nove banhos e iam embora a pensar que esses banhos curavam as maleitas todas para o resto do ano”, contou ao POSTAL Maria Isabel Correia, uma das dezenas de participantes que há mais de 50 anos faz questão de manter viva a tradição.
“É muito importante preservarmos o que é nosso, o que é algarvio, e temos todo o gosto em manter a tradição”, diz Valter Bandeira, de 24 anos, que há 12 não perde um Banho Santo na Manta Rota.
A cerimónia não deixou de parte os animais de carga e transporte, as vestes brancas compridas e os chapéus de palha, e o piquenique com produtos do Algarve.
Para manter viva esta tradição, a associação “A Manta” e a Câmara de Vila Real voltou a apostar na recriação histórica do evento para ver como as coisas se passavam noutros tempos.
As celebrações do Banho Santo estão inseridas nas tradicionais festas de Verão em honra de São João da Degola, que regressaram à Praia da Manta Rota no dia 19 de Agosto e se mantêm até esta segunda-feira, com um programa de animação que inclui concertos, bailes, tradições e fogo-de-artifício.
(Com Ricardo Claro)