O crematório de Faro deverá começar a funcionar já em setembro de 2020. As obras de execução deste espaço começaram esta semana e vão durar cerca de 10 meses.
O projeto, que já teve bastantes avanços e recuos ao longo da última década, vai finalmente avançar. O anúncio foi feito pela autarquia farense durante uma das visitas inerente ao Projeto Faro Positivo, iniciativa que dá a conhecer as obras que estão a decorrer no concelho e os projetos vindouros.
Rogério Bacalhau, presidente da Câmara Municipal de Faro, relembrou que quando chegou à câmara em 2009 já existia um projeto feito. “Foi lançado concurso que depois não foi avante. Mais tarde lançámos novo concurso que esteve em tribunal com impugnação e passaram-se mais de 10 anos até que conseguíssemos de alguma forma construir este crematório”, explicou o edil farense.
Rogério Bacalhau referiu ainda que “temos tido alguma dificuldade com os funerais porque o nosso cemitério da Esperança está sobrelotado, a rotatividade tem acontecido mas são de quatro/cinco anos. Em determinada altura tivemos de abrir covas entre três anos e meio e quatro porque não tínhamos capacidade”.
“Neste momento com as obras que fizemos aqui neste cemitério novo, construímos mais de 500 gavetões, o que tem vindo de alguma forma a minimizar este problema”, complementa.
O autarca afirma que “o crematório vem resolver de alguma forma a capacidade dos dois cemitérios e também vem dar algum conforto às famílias que optam pela cremação em detrimento de meter os corpos em gavetas ou no chão. O crematório era algo que Faro já ambicionava ter há muito tempo”.
A obra do crematório vai custar 1,1 milhões de euros
Paulo Carvalho, diretor de projetos e ativos da Servilusa, referiu que o prazo de execução da obra são 10 meses, no entanto, vai existir “um mês para testes e licenças”.
O crematório de Faro vai contemplar dois fornos, um para cremações fúnebres e um forno pirolítico, que vai permitir a destruição de resíduos remanescentes dos funerais, tais como, flores e restos de urnas.
“Os níveis de emissões de gases para a atmosfera estão controlados. O problema que existe a nível nacional dos resíduos existentes com as exumações aqui deixa de existir”, afirma Paulo Carvalho.
O responsável afirma que este espaço “tem todas as valências necessárias para satisfazer todo o Algarve e, se possível, parte do Alentejo. O crematório terá capacidade para “seis ou sete cremações diárias” que poderão vir a acontecer “a qualquer hora”.
O crematório, construído no Cemitério Novo de Faro, terá uma capela ecuménica, uma sala de espera, uma zona de preparação dos corpos e uma sala de última despedida.
O autarca farense avançou ainda que a câmara dá o terreno e o resto da obra é custeada pela Servilusa.
“A servilusa vai pagar-nos um valor pelo terreno, um aluguer e ainda temos uma parte das cremações que são para o município. Para além disso, o próprio caderno de encargos prevê a existência de um desconto para os munícipes farenses e um preço base para todos os outros”.
(Stefanie Palma / Cristina Mendonça)