As famílias que optaram por inscrever os filhos em estabelecimentos particulares e cooperativos começam a sentir o peso das mensalidades, e algumas já comunicaram aos colégios a intenção de retirar as crianças, aguardando a prometida transição para a gratuitidade com a “Creche Feliz”. A situação foi exposta por Susana Batista, presidente da Associação de Creches e de Pequenos Estabelecimentos de Ensino Particular (ACPEEP), ao Jornal de Notícias: “Há pais que podem ter de deixar de trabalhar para ficar com os filhos em casa”, alertou.
O Governo, conforme anunciado, planeia implementar novos contratos de associação no pré-escolar para assegurar acesso universal e gratuito, mas os detalhes jurídicos ainda estão em fase de construção. Fernando Alexandre, ministro da Educação, Ciência e Inovação, reconheceu recentemente que a procura excedeu largamente a oferta de vagas, com cerca de 20 mil crianças ainda sem lugar disponível. Para fazer face a esta procura, foi sugerida uma solução temporária com recurso ao sector privado, mas não houve, até ao momento, reuniões oficiais com as associações representativas das creches e colégios privados.
“Estamos abertos a qualquer modelo que o Estado queira fazer, desde que seja acessível para todas as crianças e seja aplicado em tempo útil”, sublinhou Susana Batista, apontando que os jardins de infância privados apenas começaram esta semana a ser consultados pelo Ministério da Educação sobre o número de crianças de três anos inscritas.
Rodrigo Queiroz e Melo, da Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo (AEEP), defendeu a necessidade de uma resposta célere e pragmática. “O que nós temos de dar são os incentivos para que o aumento da oferta, a abertura de salas, se faça onde ela faz falta,” explicou. A associação está disposta a colaborar, mas aguarda informações mais claras sobre o modelo de financiamento e o enquadramento legislativo.
As famílias continuam assim numa posição de incerteza, numa espera que, segundo os responsáveis, deve ter uma resposta prática como o “Creche Feliz” para apoiar o ensino infantil num contexto de crescente procura e de desafios financeiros cada vez maiores para os pais.
Leia também: Este estendal do aldi para varanda ou radiador custa 4,99€ e seca a roupa rapidamente