Mais de 1% da população da Alemanha está infetada com covid-19, indicou hoje o ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, apelando aos cidadãos que ainda não se vacinaram para o fazerem.
O país registou 74.352 novos casos de infeção e mais 390 mortes nas últimas 24 horas, segundo números divulgados pela agência federal de controlo de doenças.
De acordo com os cálculos do Instituto Robert Koch (RKI), cerca de 925.800 pessoas na Alemanha são consideradas ativamente infetadas com o coronavírus SARS-CoV-2, causador da doença covid-19.
O ministro da Saúde observou que o número de pessoas não vacinadas que estão infetadas e em estado grave é muito mais elevado que entre a população vacinada.
“Se todos os adultos alemães estivessem vacinados, não estaríamos nesta situação difícil”, declarou à imprensa em Berlim.
Spahn falava um dia depois de os líderes estaduais e federais terem anunciado novas duras medidas que visam sobretudo as pessoas não vacinadas, impedindo-as de entrarem em estabelecimentos de bens e serviços considerados não essenciais, restaurantes, recintos desportivos e espaços culturais.
O novo Governo alemão pretende igualmente submeter a votação do parlamento antes do final do ano um diploma tornando a vacinação obrigatória, para entrar em vigor em fevereiro ou março de 2022.
Jens Spahn, que provavelmente deixará o cargo na próxima semana, quando o novo executivo alemão de centro-esquerda tomar posse, é contra a obrigatoriedade de vacinação e deixou hoje claro que votaria contra a medida.
Cerca de 68,8% da população alemã tem a vacinação completa, ao passo que o Governo definiu 75% como objetivo mínimo.
No entanto, na quarta-feira, pela primeira vez desde o verão, mais de um milhão de doses foi administrado num só dia, indicou o ministro, reiterando que o objetivo é administrar 30 milhões de doses até ao final do ano e assegurando que há vacinas suficientes.
O Instituto Robert Koch de virologia defendeu hoje a necessidade de um “debate fundamentado” sobre a obrigatoriedade da vacina, que o novo Governo alemão quer impor.
Em declarações à imprensa, o presidente do RKI, Lothar Wieler, sustentou que será necessário “um debate intensivo sobre os prós e contras”, tanto morais, como éticos e sanitários, expressando o desejo de um “debate fundamentado” e de uma “decisão realmente informada” no Bundestag (parlamento federal).
A vacinação obrigatória e o aumento das restrições aos não vacinados foram os principais pontos acordados na quinta-feira entre a chanceler cessante, Angela Merkel, o seu sucessor, Olaf Scholz, e os líderes regionais.
Na opinião de Wieler, as restrições devem ser “mantidas durante algum tempo” para reduzir as infeções de forma sustentada, porque, advertiu, “o inverno ainda agora começou”.
Referiu-se ainda à situação nas unidades de cuidados intensivos dos hospitais, com quase 4.800 doentes com covid-19, o que representa uma ocupação de 21,6% das camas disponíveis nessas unidades para a população adulta.
A propósito, o ministro da Saúde advertiu ainda de que a Alemanha “ultrapassará em muito o número de 5.000 doentes nas unidades de cuidados intensivos nos próximos dias e semanas”, com “um triste pico” em torno da altura do Natal.
A covid-19 causou pelo menos 5.233.111 mortes em todo o mundo, de entre mais de 263,61 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência noticiosa France-Presse (AFP), com base em dados oficiais.
A doença respiratória é causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.