O secretário de Estado e coordenador do combate à covid-19 no Algarve afirmou ontem que a região está a conseguir dar resposta ao agravamento da situação epidemiológica na região, embora exista “uma grande pressão” sobre os profissionais de saúde.
“Apesar do agravamento dos casos de infeção, com os números a subirem de forma consistente, até ao momento, os serviços têm conseguido dar uma resposta rápida e eficaz aos casos identificados”, disse à agência Lusa Jorge Botelho.
De acordo com Jorge Botelho, que além de coordenador do combate à covid-19 no Algarve é também secretário de Estado da Descentralização e Administração Local, apesar da resposta eficaz ao número de infeções verificadas nos últimos dias na região, “existe um esforço acrescido dos profissionais de saúde para lidar com esta situação de verdadeira crise”.
“Além da preocupação que mantemos com as residências de idosos, a nossa outra maior preocupação é a resposta hospitalar”, destacou o governante.
Jorge Botelho disse esperar que a sobrecarga hospitalar “não atinja o limite do Serviço Nacional de Saúde” (SNS) e não leve a que “a resposta tenha de ser feita por outras opções para o tratamento dos doentes”.
“Perspetivando todos os cenários, têm sido tomadas medidas pró-ativas, nomeadamente pelo Centro Universitário e Hospitalar do Algarve (CHUA), para tentar estar um passo à frente da capacidade de resposta instalada, tanto ao nível dos profissionais como de camas de internamento”, indicou.
Segundo Jorge Botelho, o aumento da capacidade de internamento hospitalar passou também pela “retirada de dezenas de utentes idosos há muito internados nos hospitais, mas sem critérios para ali permanecerem”.
“Foram retiradas pessoas idosas que permaneciam em meio hospitalar que foram instaladas em equipamentos sociais, nomeadamente em residências de idosos, num trabalho conjunto entre a Segurança Social e a administração hospitalar”, sublinhou.
Jorge Botelho adiantou que o Algarve tem atualmente uma capacidade “razoável de internamento”, com a abertura de 100 camas extras para doentes covid no pavilhão Portimão Arena.
“Trata-se da fase 4 do Plano de contingência do CHUA que, na fase 3, atingiu 80% da sua capacidade, duplicando praticamente o espaço de internamento para doentes covid-19” no Algarve, explicou.
Para o governante, a coordenação entre as entidades regionais tem contribuído para “aliviar a pressão dos hospitais para o tratamento de doentes covid-19 e sem perturbação da atividade normal no tratamento de outras doenças”.
O coordenador regional de combate à covid-19 no Algarve disse ainda que se mantém a preocupação com as pessoas idosas em lares, “mas, a experiência acumulada das equipas de funcionários tem contribuído para evitar novos surtos”.
“Temos tido poucos casos em muitas instituições e que, felizmente, não têm resultado em surtos, com exceção de dois casos, um em Tavira e outro em Albufeira”, referiu.
Jorge Botelho apelou para que as pessoas cumpram as normas emanadas pela Direção-Geral de Saúde (DGS) e evitem as situações de risco “de forma a que o Algarve continue a ter capacidade para responder à pandemia da covid-19 e de tratar todos os outros utentes com outras patologias”.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.963.557 mortos resultantes de mais de 91,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 8.236 pessoas dos 507.108 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da DGS.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.