O secretário-geral adjunto do PS defendeu hoje que os indicadores de contágio da covid-19 estão dentro dos níveis previstos quando se avançou com o processo de desconfinamento e que a confiança dos portugueses está a aumentar.
Estas posições foram transmitidas por José Luís Carneiro no final da décima e última série de reuniões com epidemiologistas no Infarmed, em Lisboa, com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, do primeiro-ministro, António Costa, representantes dos partidos e dos parceiros sociais, além do presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues.
Perante os jornalistas, o “número dois” da direção dos socialistas disse que os dados divulgados “mostram que Portugal continua a ser um dos países com maiores níveis de confinamento” e, por outro lado, que se “assiste a uma estabilização na generalidade do território nacional, embora se registem focos de contágio que estão a ser objeto de uma verificação, avaliação e controlo adequado por parte das autoridades de saúde”.
“O Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem capacidade de resposta para a procura que se tem vindo a verificar, quer das unidades hospitalares, quer das próprias unidades de cuidados intensivos. Manifesta-se aliás um aumento significativo da confiança dos portugueses no recurso aos cuidados primários de saúde, o que é importante”, salientou José Luís Carneiro.
De acordo com o secretário-geral adjunto do PS, o indicador de contágio está em 1,09 na região Norte, em 1,08 na região Centro, em Lisboa e Vale do Tejo em 0,97, no Alentejo em 0,86 e no Algarve em 0,77.
Em síntese, na perspetiva de José Luís Carneiro, “está nos níveis previstos quando se avançou com o desconfinamento, o que dá segurança em relação ao que tem sido feito”.
“Os estudos que foram apresentados por parte da saúde pública e da Escola Nacional de Saúde Pública ilustram que os indicadores de confiança no modo como se tem processado o desconfinamento têm vindo a aumentar. Os portugueses estão a sair mais das suas casas porque confiam no desconfinamento. Contudo, a observância de todas as regras, atitudes e comportamentos deve continuar”, advertiu.
O secretário-geral adjunto do PS defendeu ainda que está a ser dada uma resposta em termos de “seletividade de medidas” na região de Lisboa e Vale do Tejo, embora haja dificuldades já reconhecidas.
“As medidas seletivas, dos pontos de vista do isolamento e do apoio social, estão produzir os seus efeitos na região de Lisboa e Vale do Tejo”, acrescentou.
Primeiro estudo serológico quase concluído
O Presidente da República anunciou hoje que o primeiro estudo serológico sobre a imunidade da população portuguesa em relação ao novo coronavírus “estará pronto no final de julho”.
O chefe de Estado referiu ainda que o indicador de transmissão do novo coronavírus baixou e “o R nacional encontra-se em 0,8, no último cálculo, e na região de Lisboa e Vale do Tejo em 0,7”, número bem diferente do dado também hoje pelo secretário-geral adjunto do PS: 0,97.
Em declarações aos jornalistas, no final da décima reunião sobre a evolução da covid-19 em Portugal, no Infarmed, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa adiantou que “se seguirão um estudo a cinco meses e sucessivos estudos de três em três meses”.
“Também foi dado conta de um estudo epidemiológico que levará mais longe o aprofundamento da comparação da situação socioeconómica e de atividades socioeconómicas entre as várias regiões”, acrescentou.
“Olhando para os últimos dias o que foi dito é que há uma estabilização e uma tendência, embora ligeira, de aparente descida, porventura fruto das medidas tomadas, sendo embora muito cedo para fazer uma avaliação definitiva”, relatou Marcelo Rebelo de Sousa.