A Coopérnico nasceu em 2013 pela vontade de um grupo de cidadãos. O objectivo era o de agruparem economias que revertessem para projectos de produção de energia renovável em Portugal. Surge, assim, a primeira cooperativa de Energias Renováveis em Portugal, que actualmente conta já com 14 projectos instalados, três deles no Algarve.
O POSTAL falou com a coordenadora executiva da Coopérnico, Ana Rita Antunes, que explicou que a cooperativa actua em três áreas fundamentais. Em primeiro lugar, na produção de energia renovável, em parceria com outras entidades do terceiro sector, através de diversos projectos. Em segundo, têm como objectivo a comercialização de energia, tornando a cooperativa a primeira entidade do terceiro sector a comercializar energia para todo o país. Por fim, trabalham com os seus membros no aconselhamento nas áreas de eficiência energética e de autoconsumo.
Relativamente ao número de membros, a Coopérnico, conta com mais de mil, que totalizam 800 mil euros investidos em projectos de energias renováveis.
Os projectos algarvios
No Algarve, a cooperativa criou dois projectos em Tavira, com a Fundação Irene Rolo e com a Quinta do Caracol, e um em Loulé, com a ASMAL – Associação de Saúde Mental do Algarve.
A Quinta do Caracol foi o primeiro projecto da Coopérnico e, consequentemente, a primeira central fotovoltaica. Está situada num Hotel de Turismo Rural em Tavira e, apenas no primeiro ano de exploração, ficou 12% acima das expectativas. Este foi um investimento de 32.500 euros, que abastece, actualmente, nove famílias.
Ainda em Tavira, na Fundação Irene Rolo, a Coopérnico instala 186 módulos fotovoltaicos, mais especificamente no Alojamento de Emergência Social, construído em 2015. Este, surgiu da necessidade de uma resposta urgente de alojamento transitório e temporário para pessoas ou famílias em situação de especial vulnerabilidade social na região do Algarve. Foi um investimento de 55.750 euros, que abastece 31 famílias. Já em Loulé, a Coopérnico investe no seu nono projecto, desta vez com a ASMAL, uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), sem fins lucrativos e de utilidade pública. Esta IPSS promove a saúde mental, oferece qualidade nos serviços prestados e colabora para a desmistificação social da doença mental. A parceria com a cooperativa permitiu o investimento de 53.750 euros num projecto de energia fotovoltaica, com uma produção equivalente ao consumo anual de 31 famílias, correspondente à poupança anual de 52 toneladas de dióxido de carbono.
Para a coordenadora executiva e membro-fundadora da Coopérnico: “o Algarve é uma área por excelência de produção de energia renovável, portanto esperamos ter outros projectos em breve na região”.
Questionada sobre os planos para o futuro, Ana Rita Antunes diz ao POSTAL que ainda não pode revelar muito, mas que nos próximos meses espera avançar com um novo projecto no Algarve.
(Maria Simiris / Henrique Dias Freire)