A Câmara de Faro recebeu quatro propostas de empresas no concurso público internacional para a construção da nova ponte da Praia de Faro, depois de os três primeiros realizados terem finalizado sem concorrentes, disse o presidente do município.
Rogério Bacalhau adiantou à agência Lusa que as empresas concorrentes são “três nacionais e uma estrangeira”, mas frisou que “todas têm experiência nessa área” e estimou que, se o processo seguir o seu curso sem retrocessos, a obra poderá ter início “depois do verão”.
“Pela primeira vez desde há três anos a perspetiva é positiva, porque este é o terceiro concurso que lançamos e nunca tínhamos tido candidatos. Neste momento temos quatro candidaturas em análise, a mais baixa ronda os 4.376.000 euros e a de valor mais elevado os 4.848.000 euros”, congratulou-se o autarca.
O processo “está agora em análise das candidaturas” e, para a escolha, a avaliação tem “40% a ver com o preço e 60% com a análise técnica que é feita da própria empresa e das condições que ela tem para desenvolver a empreitada” da nova ponte, frisou.
Quanto aos passos que ainda faltam ser dados para a obra começar, Rogério Bacalhau explicou que “até final do mês poderá estar pronto o relatório preliminar com essa análise toda feita”, seguindo, depois, “para audiência de interessados”, onde podem ser apresentadas contestações.
“Se não houver contestação dará origem ao relatório final, à adjudicação e depois à assinatura do contrato”, afirmou o autarca da sede do distrito de Faro, recordando que tem também se ser pedido um visto ao Tribunal de Contas.
Rogério Bacalhau considerou que se abre “uma perspetiva muito positiva pelo facto de haver quatro candidaturas, todas elas abaixo do preço base, que era de sensivelmente de cinco milhões de euros”.
Questionado sobre uma data provável para dar início a obra da nova ponte, o autarca respondeu que, “se tudo correr bem”, haverá “condições para, a seguir ao verão, iniciar a obra” que irá criar uma estrutura de atravessamento da Ria Formosa para substituir a atual.
Sobre o prazo final do concurso, inicialmente publicitado para 11 de fevereiro, mas que só terminou na semana passada, Rogério Bacalhau esclareceu que a autarquia o prorrogou depois de pedidos nesse sentido por parte de algumas empresas.
“É um processo complexo, com muitos documentos e cálculos para demonstrarem os valores que [as empresas] apresentam. E acabámos por dar mais um mês para que, serenamente, se pudessem apresentar as propostas, porque o nosso objetivo era ter propostas e não propostas à pressa”, justificou.
A falta de propostas nos três concursos anteriores – em novembro de 2017, dezembro de 2018 e setembro de 2020 -, levou a autarquia a aumentar o valor base do quarto concurso, de forma a que o preço da intervenção estivesse “mais adequado à realidade do mercado atual”.
O tabuleiro da nova ponte vai acolher duas faixas para circulação automóvel, permitindo igualmente o acesso de transportes públicos coletivos à Praia de Faro, contemplando ainda dois passeios pedonais, um deles com uma largura que permite a convivência da circulação pedonal com a ciclável, segundo a informação divulgada pela autarquia quando lançou o concurso.
Depois da intervenção, a gestão e manutenção desta infraestrutura – cujo prazo de execução será de 540 dias -, ficará a cargo da autarquia, referiu na ocasião a Câmara de Faro.