Na vasta planície da bacia de Neuquén, no sudoeste da Argentina, encontra-se Vaca Muerta, um dos maiores campos de petróleo não convencional do mundo e um dos principais motores que estão a impulsionar o país para o cenário global de produção de petróleo. Este megacampo, que já é o maior depósito de petróleo da América do Sul fora da OPEP, possui um volume estimado de 16 mil milhões de barris de reservas de petróleo.
Segundo o elEconomista, citado pelo Executive Digest, as perspetivas são de que a Argentina possa ultrapassar a Venezuela em termos de produção de crude até ao final da década, uma projeção que está a transformar o país numa promessa energética mundial.
A bacia de Neuquén tem sido o coração desta nova fase energética. Os dados mostram um crescimento surpreendente: entre janeiro e agosto de 2024, a produção média diária de petróleo na Argentina rondou os 695 mil barris por dia, um aumento de 40% em comparação com 2017. Em termos de exportações, o crescimento é ainda mais notável. Estas atingiram, em média, 177 mil barris diários no mesmo período — o mais alto em vinte anos. A responsável por este crescimento é, sem dúvida, Vaca Muerta, que contribui atualmente com aproximadamente 400 mil barris por dia.
Para sustentar este rápido crescimento, a Argentina tem investido em infraestruturas essenciais, como novos dutos e sistemas de extração mais eficientes, medidas que reduziram os custos e aceleraram a capacidade produtiva. Em agosto de 2024, a Agência Internacional de Energia (AIE) destacou a Argentina ao referir que a oferta de petróleo do país subiu para 840 mil barris por dia.
Além disso, a expansão das infraestruturas é um ponto-chave para o futuro. Com a construção de oleodutos adicionais, projeta-se que a capacidade de exportação possa atingir 900 mil barris diários até 2030, o que posicionaria o país como um fornecedor de peso, capaz de contribuir significativamente para o mercado energético não-OPEP. A exploração em Vaca Muerta poderá, assim, catapultar a Argentina para um estatuto de relevância global.
Num panorama mundial onde a energia se revela cada vez mais estratégica, o papel da Argentina, impulsionado por Vaca Muerta, promete reforçar-se, atraindo investimentos e reafirmando o país como uma potência emergente do setor energético.
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