O Algarve, com mais de 150 quilómetros de costa, tornou-se um dos destinos mais populares do mundo. A região oferece uma ampla variedade de opções tanto para férias como para reforma, sendo famosa pelas suas praias de areia branca, impressionantes paisagens de falésias e pitorescas aldeias piscatórias. Nesse contexto, uma cidade algarvia foi destacada pelos ingleses do jornal britânico The Telegraph como o segredo mais bem guardado de Portugal.
O que é agora a cidade de Vila Real de Santo António, “era apenas uma pequena vila de pescadores quando foi engolida por um tsunami no século XVIII, mas devido à sua importância como cidade fronteiriça, foi reconstruída com certa grandeza”, começa por escrever o jornal inglês.
A mesma fonte refere que “a varanda de elegantes casas caiadas de branco que fazem frente ao rio são uniformes, segundo a história, para fazer os espanhóis, espreitando pelos seus telescópios, pensarem que era na verdade a fachada de um magnífico palácio”.
“O enérgico Marquês de Pombal (a quem a praça principal deve o nome) que tinha acabado de reconstruir Lisboa após o devastador terremoto e tsunami de 1755, construiu esta cidade em apenas dois anos”, explicam os ingleses.
Relativamente à reputação da cidade como o berço do peixe enlatado, o jornal britânico menciona que foi em 1835 que a cidade ganhou esse título, tendo chegado a contar com 27 fábricas de conservas em funcionamento.
“Olhe dentro dos seus armários de cozinha hoje e talvez veja o nome Ramirez no seu atum ou sardinhas. Foi essa família, residente aqui na altura (agora na sua quinta geração à frente do mais antigo negócio de conservas do mundo) que fundou o primeiro hotel construído de raiz a sul de Lisboa, o Hotel Guadiana, inaugurado aqui em 1926. Projetado pelo arquiteto suíço Ernesto Korrodi, era cheio de elegância Art Déco, capturando o estilo dos Anos Loucos, e visava atrair aqueles que viajavam para a Expo de 1929 em Sevilha, a menos de 100 milhas de distância”, escreve ainda a mesma fonte.
De seguida veio a Segunda Guerra Mundial, “a família Ramirez transferiu a sua produção para o norte de Portugal para beneficiar da rede ferroviária mais eficiente e os negócios no centro da cidade minguaram, deixando as altas chaminés vermelhas das fábricas de conservas para as cegonhas que aqui nidificam ano após ano”, explica o The Telegraph.
“Mas há pouco mais de uma década, um jovem local tornou-se Presidente da Câmara e iniciou um esforço sério para restaurar o património deteriorado da cidade e agora ela brilha, resplandecente, com tudo, menos com turistas britânicos”, exalta ainda a mesma fonte.
Em relação ao Hotel Guadiana, agora conhecido como Grand House, o jornal escreve que os “quartos luminosos recriam o glamour do passado e o seu bar serve o melhor Martini da cidade. Há também uma Pousada instalada em quatro das históricas casas do século XVIII, mesmo na praça principal ladeada de laranjeiras, onde, a partir da piscina no telhado, você pode olhar para os característicos telhados de terracota inclinados. Uma adição recente é uma unidade dos The Addresses, uma casa de três quartos lindamente restaurada para alugar com serviços de concierge, mesmo ao lado da praça principal”.
Por fim, relativamente à Praia de Santo António, os ingleses referem que é “alcançada através de um pinhal rico no cheiro de resina e por dunas de areia decoradas com plantas suculentas de flores amarelas e o ocasional camaleão ao sol. O Oceano Atlântico, aquecido pelo Mediterrâneo próximo, pode atingir os 26 graus, tornando-a o ponto quente do Algarve. O que não amar?”.
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