As análises laboratoriais a um caso suspeito de infecção pelo vírus do Nilo, transmitido pela picada de mosquito, detectado num cidadão português no Algarve confirmaram a presença desse vírus, revelou ontem a Direcção-Geral da Saúde (DGS).
Em nota publicada no seu sítio oficial na internet, a DGS indica que os testes de neutralização, específicos para identificação viral, realizados pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, e só agora conhecidos, “vieram confirmar a presença do vírus nas amostras colhidas”.
“Estes resultados não alteram a situação anterior, mas confirmam a causa da infecção”, explica a DGS, sublinhando que as medidas preventivas tomadas na altura se mantêm em vigor e que as instituições envolvidas vão continuar a acompanhar a situação.
Infecção detectada em Julho
O caso remonta a Julho e Agosto, altura em que um homem português residente no Algarve desenvolveu a doença que se suspeitou ser provocada pelo Vírus do Nilo Ocidental, tendo entretanto tido alta sem sequelas.
Este episódio levou a DGS a recomendar às autoridades o reforço dos mecanismos de luta contra os mosquitos e à população a redução da exposição corporal à picada do mosquito, usando repelentes e redes mosquiteiras.
O combate à larva dos mosquitos foi também intensificado no Algarve, sobretudo em tanques de água com matérias orgânicas.
O que é o vírus do Nilo
Conhecido de acordo com os dados da Organização Mundial de Saúde desde 1937, o vírus do Nilo é o responsável por uma virose transmitida a mamíferos, entre os quais seres humanos, através da picada de mosquitos que são vectores de transmissão em resultado de se alimentarem de sangue de aves.
A infecção está documentada na África, Europa, Médio Oriente, América do Norte e na Asia Ocidental e, apesar poder causar doença mortal atacando o sistema nervoso dos seres humanos, quase 80% das pessoas infectadas não apresentam qualquer sintoma.
O vírus do Nilo não se transmite de pessoa para pessoa, mas unicamente por picada de mosquito do género Culex, podendo, em 20% das infecções, provocar doença febril com manifestações clínicas ligeiras, que raramente pode evoluir para meningite viral.
O período de encubação da doença varia entre os três e os 14 dias e o tratamento é realizado de acordo com a sintomatologia.
(com Agência Lusa)