Uma história que parece retirada de um enredo intrigante ganha vida com a recente revelação de uma historiadora de arte britânica, residente em Roma, Itália. Flora Steel adquiriu um alfinete há três décadas e meia numa feira de antiguidades nas Midlands, Reino Unido, desembolsando cerca de 20 libras, o equivalente a aproximadamente 23 euros nos dias atuais.
Após adornar a lapela de um dos seus casacos favoritos durante anos a fio, o alfinete foi relegado ao esquecimento dentro do armário de Flora, onde repousou por mais de duas décadas. No entanto, o destino reservou-lhe uma reviravolta surpreendente no ano passado.
Segundo relatos do The New York Times, durante uma navegação casual no YouTube através do seu telemóvel, Flora deparou-se com um vídeo da BBC, datado de 2011, pertencente ao programa ‘Antiques Roadshow’. Nele, foram destacados vários alfinetes concebidos por William Burges, um proeminente arquiteto e artista da era vitoriana, cujas joias foram qualificadas pelo apresentador, Groffrey Munn, como o “santo graal do design vitoriano do século XIX”.
O momento foi de epifania para Flora, que reconheceu imediatamente o seu alfinete nas descrições do programa televisivo. “Quando vi, pensei de imediato: Céus, eu tenho isso”, partilhou a mulher com o jornal norte-americano.
Na terça-feira, 26 de março, Flora viu-se diante de uma oportunidade única ao vender o seu alfinete de prata, adornado com delicados detalhes azuis, rosa coral e verde, por 12 mil dólares, cerca de 11 mil euros, a um entusiasta colecionador de arte proveniente de Inglaterra.
Esta descoberta não foi singular, pois outras duas pessoas, também influenciadas pelo mesmo programa televisivo, decidiram alienar os seus alfinetes de William Burges. Um destes foi negociado por uma quantia considerável de 36 mil euros, em 2011.
William Burges, famoso pelo seu trabalho na conceção do Castelo de Cardiff, no País de Gales, criou estes alfinetes como presentes para amigos íntimos.
Com o dinheiro obtido pela venda do alfinete, Flora planeia embarcar numa viagem de cinco dias por Toscana e Nápoles. O remanescente será partilhado entre o seu filho e um fundo de pesquisa dedicado ao combate ao cancro da mama, doença com a qual Flora lutou nos últimos dois anos.
Esta história realça não apenas a importância de reconhecer o valor das nossas posses, mas também o poder transformador que a atenção aos detalhes e a curiosidade podem ter na nossa vida quotidiana. Um simples objeto, adquirido décadas atrás, revelou ser uma verdadeira fortuna, capaz de proporcionar não apenas alegria pessoal, mas também contribuições significativas para causas nobres.
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