Uma em cada cinco pessoas desenvolverá um quadro depressivo no decorrer da sua vida e a terceira idade é uma altura propensa a esse estado de espírito. Os dias mais cinzentos, frios, a limitação de saídas ao exterior e a obrigatoriedade de um distanciamento social de segurança que a pandemia atual exige, ajudam a criar este quadro depressivo, por isso é importante estar atento aos sinais e prevenir uma depressão maior.
Os especialistas insistem que a ausência de ânimo e sentido de humor não faz parte do envelhecimento normal e que a depressão diminui significativamente a qualidade de vida do sénior e pode levar à incapacidade, tornando-se num grave problema de saúde. Nesse sentido, é imprescindível um diagnóstico e tratamento eficazes, bem como ações de prevenção dessa síndrome geriátrica.
Sentimentos de inutilidade, culpa, tristeza (embora possam não ser evidentes), ansiedade, perda de prazer, irritabilidade fácil, baixa tolerância à frustração, fadiga, choro fácil, falta de concentração, dificuldade em recordar detalhes e tomar decisões, perda de apetite, perda de peso e distúrbios do sono (insónias ou hipersonia) são alguns dos sintomas mais proeminentes que podem alertar que a pessoa está a sofrer de depressão. Estar atento a estes sinais é fundamental para consultar o médico, para que a depressão possa ser diagnosticada a tempo. O diagnóstico e o tratamento precoces evitam complicações cognitivas e funcionais, e revertem mais facilmente os distúrbios que surgiram em consequência desse estado de espírito.
Para prevenir a depressão nos seniores, as equipas multiprofissionais das residências do Grupo ORPEA realizam intervenções psicoterapêuticas de contenção e apoio, gestão de perdas e mudança de papéis. Além disso, trabalha-se a aceitação da deterioração funcional e da dependência (quando esta é irreversível), a estimulação cognitiva e todas as atividades que permitem o resgate da esperança e a promoção de fatores protetores da saúde mental são enfatizadas.
As causas da depressão podem ter origem em diversos fatores. Um dos mais importantes é sofrer de uma ou mais doenças crónicas (diabetes, doenças cardiovasculares, doenças isquémicas do coração, doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), cancro, etc.). Estima-se que cerca de 25% dos pacientes com duas ou mais patologias apresentam depressão. Existem também medicamentos associados a uma maior predisposição à depressão. Por sua vez, os profissionais da ORPEA sustentam que a mudança de papéis, a redução das atividades sociais e de lazer, a limitação funcional, a dor, o isolamento e a perda de autoestima podem influenciar e favorecer este transtorno reactivamente.
Para prevenir a depressão nos seniores, os centros organizam atividades recreativas e espetáculos variados que visam facilitar a vida em comunidade, promover a diversão e boa disposição e despertar diferentes interesses criativos e culturais. Este objetivo também é alcançado com workshops, conferências, teatro, canto, costura e dança, especificam os terapeutas.
As atividades fisioterapêuticas das residências também proporcionam benefícios importantes relacionados com a melhoria e a manutenção da mobilidade, com o tratamento não farmacológico da dor, e com a reabilitação em relação ao especto físico e funcional o que permite melhorar a autopercepção e a autoestima.
Da mesma forma, a terapia ocupacional oferece uma intervenção reabilitadora em todos os sentidos, funcionais, cognitivos e emocionais, através de oficinas de grupo como jardinagem terapêutica, musicoterapia, terapia animal, arte terapia, culinária terapêutica e oficinas de memória.
Os profissionais de saúde do Grupo ORPEA acreditam que os seniores devem ter a oportunidade de aceder a todas as opções possíveis que garantam um envelhecimento ativo e participativo, que lhes permita sentir que continuam a fazer parte da sociedade e com propostas interessantes que proporcionem bem-estar, segurança e boa qualidade de vida.