O edital de classificação de interesse municipal do edifício e do terreno envolvente ao Emissor Regional do Sul, onde hoje funciona a delegação da rádio e televisão do Estado, já foi publicado em Diário das República, soube o POSTAL do Algarve.
Trata-se do procedimento final de um processo aprovado anteriormente por unanimidade pela câmara e assembleia Municipal de Faro, visando a defesa e valorização daquele património, protegendo-o definitivamente de outro fins, designadamente, ligados à construção e especulação imobiliária.
De acordo com o edital, trata-se da decisão final do precedimento de classificação como Monumento de Interesse Municipal, do “edifício da RTP em Faro e restantes elementos associados, também denominado como conjunto urbano formado pelo recinto de proteção à antena, edifício do centro emissor e edifícios anexos”.
De acordo com a planta que acompanha o edital, o conjunto agora classificado, (terreno de 13.500 metros quadrados e edifícios) “encontra-se implantado em quarteirão de configuração irregular resultante da sobreposição do traçado da Av. Calouste Gulbenkian (circular de Faro) à malha urbana linear erguida ao longo da Estrada da Senhora da Saúde (EN 518-1), que aquela veio interromper”.
O conjunto amur a l hado, que confronta do lado nascente com o Arquivo Distrital de Faro, inclui o edifício dos estúdios de emissão representativo de uma “arquitectura de comunicações, do séc. XX, assente na reformulação de elementos formais eleitos como arquetípicos da identidade nacional”.
O caso que agora conheceu o seu epílogo, mobilizou antigos profissionais da rádio que desenvolveram um conjunto de ações de âmbito político e judicial tendo evitado que aquele património tivesse sido vendido pela RTP para fins imobiliários.
A concretizar-se essa intenção, Faro teria perdido um espaço de referência na história da radiodifusão em Portugal e inscrito na memória coletiva dos algarvios.
Os antigos profissionais da rádio que lideraram o processo de classificação, defendem que o edifício passe a integrar, além do serviço de rádio e televisão, a redação da Agência Lusa, atualmente sem espaço próprio.
O edíficio tem condições ainda para acolher um centro multimédia em articulação com o curso de comunicação da Universidade do Algarve, bem como um núcleo museológico sobre a história da rádio e da televisão em Portugal.
Para o terreno envolvente, aqueles profissionais entendem que a solução ideal seria a construção de um grande espaço verde, sujeito a concurso público de ideias, para usufruto da população de Faro. R.S.