Enquanto o rover norte-americano Perseverance e o seu semelhante chinês Tianwen-1 continuam à procura de biomarcadores em Marte, a missão “Juno” foi procurar vida para lá da cintura de asteróides, indo ao encontro do gigante gasoso Júpiter, e também das suas luas.
No dia 7 de junho, a sonda aproximou-se de Ganimedes e fotografou a superfície do maior satélite natural do Sistema Solar.
Depois de ter fotografado tempestades com mais de 1400 quilómetros de diámetro nos polos de Júpiter que podem durar séculos, a sonda fez a maior aproximação a Ganimedes registada nos últimos 21 anos e captou imagens de alta resolução, até mesmo da face oculta da lua jupiteriana.
As fotografias mostram uma superfície congelada e repleta de crateras, sob a qual corre um oceano de água líquida. A sonda deve revisitar Ganimedes mais uma vez no dia 21 de julho e depois colocará o foco em Europa, outra das 79 luas de Júpiter e onde também existe um oceano subterrâneo.
“Na verdade, sabemos muito pouco sobre a história de como Europa e as demais luas jupiterianas se formaram”, admite Scott Bolton, cientista-chefe da “Juno”, citado pelo “El País”.
“O que sabemos é que esse ambiente é como um Sistema Solar em miniatura, onde a força gravitacional de Júpiter faz com que Europa se deforme, e isso gera calor no seu interior”, explica Scott Bolton.
Isso, defende o cientista-chefe da missão, abre a “possibilidade de que no oceano interior existam fontes hidrotermais, lugares que na Terra estão repletos de micróbios, apesar de estarem em total escuridão”.
O argentino Lucas Paganini, cientista de programas da missão Juno, mostra-se bastante otimista. “Se tomarmos as decisões certas, talvez possamos confirmar a existência de vida numa dessas luas em cerca de 20 anos”, defende.
Notícia exclusiva do nosso parceiro Expresso