Um projeto do Instituto Politécnico da Guarda (IPG) para tratar intoxicações por medicamentos venceu um prémio internacional, promovido pelas fundações Calouste Gulbenkian e Oceano Azul, que estimula a aceleração e incubação de empresas e ideias dedicadas ao setor da bioeconomia marinha.
Numa nota de imprensa enviada à agência Lusa, o IPG especificou que o “MiADrugTox” foi considerado o melhor projeto de base biológica na economia azul pelas fundações Calouste Gulbenkian e Oceano Azul, tendo assim vencido o concurso internacional Blue Bio Value.
Este foi um projeto desenvolvido por docentes e investigadores da área da Biotecnologia Medicinal e que está direcionado para tratar as intoxicações por medicamentos com recurso a microalgas.
O programa de empreendedorismo internacional Blue Bio Value Ideation 2022 é um concurso pioneiro, promovido pelas fundações Calouste Gulbenkian e Oceano Azul, que estimula a aceleração e incubação de empresas e ideias dedicadas ao setor da bioeconomia marinha.
“MiADrugTox”, revelou o IPG, é um “gel com partículas de microalgas para tratar as intoxicações por medicamentos, a causa de mais de 50% das intoxicações em Portugal, de acordo com o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM)”.
O projeto do IPG recebeu um “prémio no valor de 5.000 euros, disponibilizado em serviços, através da Blue Demo Network: uma plataforma que reúne um conjunto de infraestruturas e serviços técnicos, jurídicos e de marketing para apoiar as ideias de negócio na fase inicial”.
“Estes serviços serão muito úteis para iniciarmos os primeiros contactos e colocarmos o produto no mercado. Teremos mentoria contínua que facilitará o processo de comercialização do nosso produto inovador, o qual permite inibir a absorção dos medicamentos em situações de intoxicação”, afirmou a docente do IPG e responsável pelo projeto, Paula Coutinho.
De acordo com o Politécnico da Guarda, o programa Blue Bio Value Ideation 2022 teve a duração de três dias e proporcionou vários momentos de formação aos seus participantes.
“Foi uma experiência muito enriquecedora, a qual nos permitiu conhecer produtos e serviços que estão a ser desenvolvidos por outros colegas e apresentar a nossa ideia que acabou premiada. ‘MiADrugTox’ resulta de um trabalho de equipa e estamos muito satisfeitos com o produto final”, contou Paula Coutinho.
Para o presidente do IPG, Joaquim Brigas, a “atribuição deste prémio representa a validação da qualidade dos projetos desenvolvidos pelos investigadores, docentes e alunos do IPG, bem como da aposta do Politécnico na área da investigação científica”.
“Continuaremos a apoiar o desenvolvimento projetos que, como este, têm impacto na sociedade civil, promovem a sustentabilidade e respondem a problemas concretos da área da saúde, economia e ambiente”, sustentou o dirigente.
Entre os 13 projetos que se encontravam em concurso, venceu o projeto da equipa de investigadores do IPG — constituída por seis elementos — e acompanhada por uma mentora para a área do empreendedorismo, atribuída pela organização do concurso.
Ainda este ano, a pertinência do projeto “MiADrugTox” foi reconhecida pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia — FCT, com um financiamento de cerca de 50 mil euros.
“Este prémio mostra mais uma vez a nossa capacidade de inovação”, afirmou Teresa Paiva, docente do IPG e promotora da área do empreendedorismo. “É muito importante que as equipas de investigação do IPG evidenciem o seu caráter empreendedor ao participarem neste tipo de desafios”.